Roadmap Baku-Belém: US$ 1,3 Trilhões para Financiamento Climático em Desenvolvimento

Roadmap Baku-Belém busca US$ 1,3 trilhão anual para países em desenvolvimento. Plano de COP29 e COP30 visa superar US$ 300 bilhões em financiamento climático

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(Imagem de reprodução da internet).

Roadmap Baku-Belém: Um Roteiro Ambicioso para o Financiamento Climático

Em uma iniciativa conjunta, as presidências das COP29 e COP30 lançaram o Roadmap Baku-Belém, um documento que visa mobilizar US$ 1,3 trilhão por ano em financiamento climático até 2035 para países em desenvolvimento. O plano, construído a partir de 227 submissões, busca ir além do compromisso de US$ 300 bilhões anuais estabelecido em Baku, considerado insuficiente por nações vulneráveis.

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A ambição é quadruplicar o financiamento previsto, mesmo que a implementação dependa da vontade política.

Estratégias e Lacunas

O Roadmap estrutura-se em torno de seis estratégias principais para abordar as lacunas deixadas pelo acordo de Baku. Incluem-se a falta de financiamento adequado, a inclusão de grupos vulneráveis (como povos indígenas e mulheres), a necessidade de resiliência fiscal, a capacitação de projetos, a coordenação global e a adaptação às mudanças climáticas.

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A falta de recursos para adaptação, somada às crises de dívida enfrentadas por muitos países, representa um gargalo crítico.

Inclusão e Responsabilização

Um diferencial do documento é a atenção a grupos historicamente excluídos das discussões sobre clima. O plano estabelece janelas de financiamento específicas para povos indígenas, com acesso direto a fundos liderados por comunidades tradicionais, além de instrumentos voltados para mulheres, jovens, pessoas com deficiência e migrantes climáticos.

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Essa abordagem reconhece que a exclusão desses grupos não é apenas uma questão de justiça social, mas também um obstáculo à efetividade das ações climáticas.

Implementação e Desafios

A decisão de não incluir o Roadmap na agenda formal da COP30, mas sim na agenda de ação, levantou questões sobre a real disposição dos países em implementar as recomendações. A falta de um mecanismo formal de aprovação pode levar a que o documento seja tratado como uma carta de intenções sem consequências práticas.

No entanto, a estratégia busca influenciar atores externos, como empresas e economistas, para acelerar e escalar as ações.

Conclusão

O Roadmap Baku-Belém representa um passo ambicioso na busca por financiamento climático, mas seu sucesso dependerá da vontade política dos países e da capacidade de transformar a ambição em ação concreta. A COP30 terá a responsabilidade de determinar se o Brasil conseguiu transformar a frustração de Baku em um novo modelo de financiamento climático ou se o Roadmap Baku-Belém será apenas mais um documento bem-intencionado na longa história de promessas não cumpridas da diplomacia climática.

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