Pessoas repetem gesto simples no 1º dia de cada mês: colocam canela, respiram e sopram. Ritual curto, sem preparo, com intenção de prosperidade e renovação. A prática guarda significados ancestrais, com a canela sempre símbolo de riqueza e proteção
Muitas pessoas repetem um gesto simples no primeiro dia de cada mês: colocam canela em pó nas mãos, fecham os olhos, respiram fundo e sopram a especiaria pela porta de entrada. Este ritual, curto e sem grande preparo, costuma vir acompanhado de um pensamento silencioso, uma intenção sobre prosperidade, novos caminhos e renovação.
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Embora pareça um costume recente, a prática guarda significados profundamente conectados a tradições ancestrais e ao simbolismo da própria canela. A consultora espiritual e espiritualista, Kelida Marques, explica que o gesto tem raízes difusas, mas carregadas de sentido, “o moderno é uma adaptação simples de práticas muito antigas que usavam ervas, aroma e sopro para movimentar energia”.
A canela sempre foi símbolo de riqueza e proteção. De acordo com Kelida Marques, “a já aparece como símbolo de riqueza e proteção nas porque era rara, difícil de ser encontrada e extremamente valiosa”. Egípcios, mesopotâmicos, gregos e romanos utilizavam a canela em perfumes, cerimônias e práticas medicinais, e a presença dela sempre indicava prestígio.
Na Antiguidade, não eram itens comuns do cotidiano: vinham de rotas comerciais longas e arriscadas, o que aumentava seu valor e aura. Como explica Kelida, “antes de serem ingredientes de cozinha, especiarias eram objetos de luxo que simbolizavam fartura, saúde e boa sorte”.
Essa visão atravessou gerações e permanece como parte do imaginário associado à canela.
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Embora não exista um registro histórico específico do ato de soprar canela, práticas semelhantes surgem em diversas culturas. “Povos africanos, indígenas e europeus já usavam ervas aromáticas associadas ao ar para purificar ambientes, ativar energias ou direcionar intenções”, afirma Kelida.
Esse uso simbólico das plantas, especialmente quando combinado ao sopro ou ao vento, está presente há séculos. Segundo Kelida, entre povos africanos, ervas e são usados para abrir caminhos; em comunidades indígenas, plantas servem para e conexão espiritual; e na Europa medieval, especiarias eram aplicadas em rituais de cura e proteção.
O ritual atual reúne traços de todas essas influências, o que explica por que se tornou tão natural incorporar a canela como elemento central.
Se a canela traz o simbolismo da prosperidade, é o ato de soprar que dá vida ao ritual. Segundo Kelida, “o sopro representa o elemento ar e está ligado ao movimento, à intenção e ao pensamento”. Soprar algo, velas, ervas, fumaça, pó, é, em diversas culturas, uma forma de ativar e abençoar.
A especialista lembra que esse gesto aparece em práticas de benzimento, em rituais indígenas, em tradições africanas e até em celebrações pessoais, como o ato de soprar velas de aniversário enquanto mentalizamos um desejo. “O sopro é uma maneira de impulsionar a intenção”, diz Kelida. “Ele movimenta a energia e direciona aquilo que a pessoa deseja atrair”.
O valor simbólico dos começos é fundamental para o ritual. Para Kelida, não é por acaso que tantas pessoas escolhem o primeiro dia do mês: “Todo começo carrega uma força simbólica. É o momento em que mentalizamos novos rumos, metas e a sensação de que algo pode se renovar”.
Os começos, seja o início do ano, do mês, ou de uma nova fase pessoal, funcionam como portais emocionais. Eles oferecem a chance de reorganizar pensamentos e colocar intenção naquilo que se deseja construir. Por isso, a combinação entre o simbolismo da canela e o ponto de partida do dia 1º cria um momento especialmente propício para rituais.
Além do simbolismo espiritual, o aroma da canela tem um impacto direto no emocional humano. “A canela é um aroma estimulante, que ativa memória, foco e sensação de conforto”, explica Kelida. Em muitas culturas, o cheiro está associado à ideia de casa, acolhimento e bem-estar, o que reforça o conceito de prosperidade.
A canela também é considerada uma especiaria “quente”, ligada à expansão, movimento e ação. Para Kelida, isso influencia a percepção emocional da prática: “É um ingrediente que desperta energia e abre caminhos”.
Embora o ritual de soprar canela seja rápido e fácil de executar, ele provoca mudanças internas significativas. De acordo com a especialista, “rituais simples funcionam porque criam um marco emocional. Eles geram a sensação de que você está começando um ciclo com intenção e foco”.
Esse tipo de gesto ativa motivação, clareza e um estado mental favorável para novos desafios. O efeito emocional pode ser tão importante quanto o simbólico. O ritual funciona como uma pausa consciente, um momento para respirar, definir objetivos e se reconectar com a sensação de renovação.
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