Relatórios de inteligência dos EUA de 2024 alertam sobre possíveis crimes de guerra em operações israelenses na Faixa de Gaza, com armamentos dos EUA. Advogados militares israelenses expressaram preocupações
Relatórios de inteligência dos Estados Unidos, coletados em 2024, indicaram que advogados das Forças de Defesa de Israel comunicaram preocupações a seus superiores sobre possíveis evidências de crimes de guerra durante as operações militares na Faixa de Gaza.
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A ofensiva utilizou armamentos fornecidos pelos EUA.
Dois ex-funcionários norte-americanos relataram que o material de inteligência gerou debates internos sobre a legalidade das ações israelenses, em contraste com a declaração pública de Israel de que suas operações estavam em conformidade com o direito internacional.
A inteligência foi considerada uma das mais alarmantes compartilhadas com autoridades americanas durante o conflito. Os relatórios foram divulgados de forma restrita até o fim do mandato de Joe Biden, sendo repassados a diversos órgãos do governo em dezembro de 2024, pouco antes de uma audiência no Congresso.
Os alertas internos aumentaram as dúvidas em Washington sobre a condução da guerra por Israel, que justificava as ações como parte do combate ao grupo extremista Hamas. Autoridades dos EUA temiam que as operações israelenses pudessem violar padrões internacionais sobre danos colaterais aceitáveis.
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De acordo com os ex-funcionários ouvidos, não foram detalhados quais incidentes específicos motivaram os alertas dos advogados militares israelenses. A afirmação de que mais de 68.000 palestinos morreram durante os dois anos de ofensiva foi feita pelas autoridades de Gaza, enquanto Israel sustenta que cerca de 20.000 dos mortos eram combatentes.
A descoberta levou o Conselho de Segurança Nacional dos EUA a realizar uma reunião interagências, reunindo representantes da Casa Branca, do Departamento de Estado, do Pentágono e de outras áreas do governo para avaliar as implicações legais e diplomáticas das acusações.
Um reconhecimento formal de crimes de guerra por parte de Washington obrigaria o país, por lei, a suspender o envio de armas e o compartilhamento de inteligência com Israel. Apesar das preocupações, advogados do governo Biden concluíram que não havia provas diretas de violação do direito internacional, permitindo a continuidade do apoio militar e logístico.
Alguns assessores expressaram frustração, declarando que a Casa Branca evitou uma postura mais firme para não prejudicar negociações de cessar-fogo nem fortalecer o Hamas. A Reuters também informou que advogados do Departamento de Estado já haviam levantado dúvidas desde dezembro de 2023, ao considerar que a conduta militar israelense poderia violar o direito humanitário internacional.
Ainda assim, o órgão não chegou a uma conclusão definitiva.
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