O fotógrafo Rafael Vilela recebeu o prêmio Pictures of the Year Latam 2025 com o projeto “Ruínas Florestais”, que registra há cinco anos a vida da comunidade Guarani Mbya do Pico do Jaraguá, em São Paulo. Em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, ele atribui a conquista à própria comunidade.

O mérito é todo deles. Os guaranis, há cinco séculos, resistem a um dos últimos remanescentes de floresta atlântica de São Paulo, que é o Pico do Jaraguá. (…) Hoje moram na menor terra indígena do Brasil, dentro da maior cidade das Américas, afirma.

Vilela argumenta que, a partir de abril de 2026, a homologação do território ampliará a área da aldeia, alterando a situação dos indígenas que residem sob a pressão da especulação imobiliária. Ele destaca que o projeto visa evidenciar a ancestralidade e a força dos guaranis.

Analisa que o projeto incorpora essa dimensão, a força dos guaranis em reconhecer sua ancestralidade, em vivenciar essa ancestralidade, essa conexão com a terra viva, mesmo em contextos contemporâneos e urbanos, como uma metrópole.

O fotojornalismo desempenha um papel crucial na sociedade, registrando e divulgando eventos importantes, muitas vezes com impacto emocional e social. Ele oferece uma visão direta da realidade, complementando a informação textual e despertando a consciência do público sobre

Durante a entrevista, Vilela comentou sobre os desafios da profissão em um cenário de crise do jornalismo e avanço da desinformação.

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Acredito que o jornalismo nunca exerceu uma função tão relevante, embora seja economicamente inviável para muitos atualmente. (…) Ele possui a habilidade de conscientizar as pessoas sobre assuntos que desconhecem e também temos uma obrigação nesse sentido, de conectar diferentes realidades, afirma.

Para ele, o jornalismo fotográfico permanece essencial por estar diretamente no local, em contato imediato com a realidade, em oposição à mediação algorítmica das plataformas digitais.

Exposição internacional e o retorno à aldeia.

“Ruínas Florestais” foi exibido em Londres, com a participação da cantora guarani Tainara Takua, e agora prepara uma apresentação especial na aldeia Pinduamirim, no Jaraguá. A ideia é que os visitantes possam não apenas observar as imagens, mas também ouvir os guaranis, suas canções e aprender com a tradição indígena.

Apesar da conquista, Vilela critica a ausência de valorização dessas histórias no Brasil. “Às vezes, é preciso ganhar um prêmio lá fora para que isso seja discutido aqui”. Muita gente de São Paulo desconhece a existência dos guaranis. São mais de mil pessoas que falam em guarani, que rezam em guarani. Na realidade, a cidade de São Paulo está dentro da aldeia guarani. Essa é a ordem correta dos fatos.

Para audir e visualizar.

O programa Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira: a primeira às 9h e a segunda às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.

Fonte por: Brasil de Fato