A celebração da memória e do patrimônio cultural negro em Porto Alegre avança neste domingo (14), às 16h, com a conclusão da segunda fase do projeto “Memórias Negras em Verbetes” – Inventário Participativo de Referências Espaciais, Sociais e Simbólicas. O evento será realizado no Quilombo dos Machado, bairro Sarandi.
A iniciativa incorpora 50 novos registros ao inventário participativo, alcançando a meta de 100 itens publicados no portal memóriasnegrasemverbetes.com, juntamente com os cinco capítulos de podcast disponibilizados na primeira fase.
Novos registros incluem personalidades, coletivos e espaços essenciais da resistência negra na cidade, como o poeta e cantor de samba Jajá, a matriarca quilombola Mãe Apolinária, o músico e ativista cultural Giba Giba, o jogador Escurinho e o histórico Rei Congo Francisco Bernardo da Silva. Além disso, são incorporados o Instituto Afro-Sul Odomodê, o Museu do Hip Hop, a Banda de Jazz Espia Só e a tradicional Liga da Canela Preta.
Para o diretor da Voz Cultural e responsável pelo projeto, Vitor Ortiz, o inventário desempenha um papel essencial de reconhecimento histórico. “Esse inventário, que visa o resgate e a valorização da presença das populações negras na história de Porto Alegre, é muito importante para o reconhecimento do legado da comunidade negra na formação e no desenvolvimento da nossa cidade.”
Arte, herança e luta.
A cerimônia de entrega contará com programação que valoriza a arte, a ancestralidade e a resistência. Estarão presentes a Banda Kalunga, o Circo com Margarina, a Palhaça Kaka, o mágico Iuri, apresentações de Makulelê e Capoeira do Quilombo dos Machado, além de exposição fotográfica de Leandro Machado e um banquete coletivo para 200 pessoas.
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Desenvolvido para valorizar e evidenciar a participação das populações negras na construção da cidade, o Memórias Negras em Verbetes é resultado de pesquisa realizada por especialistas, historiadores, antropólogos e geógrafos, com a coordenação de Jane Mattos e Pedro Vargas, em diálogo com o movimento social negro.
A primeira fase, com recursos da Lei Aldir Blanc, resultou na criação dos 50 primeiros termos e cinco podcasts acerca de personalidades, locais, obras e manifestações que integram o patrimônio cultural negro da capital gaúcha.
O projeto conta com financiamento do programa Pró-Cultura da Secretaria da Cultura do RS, por meio da Lei Paulo Gustavo, e realização da Voz Cultural, com apoio do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (Sindbancários).
Fonte por: Brasil de Fato