Queijo de cabra se torna patrimônio cultural da Paraíba, impulsionando agricultores da Reforma Agrária na região

A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) aprovou, por consenso, a proposição legislativa que reconhece o queijo de cabra como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado. A medida, proposta pelo deputado Dr. Romuald (MDB), destaca um produto emblemático da identidade paraibana e fundamental à cultura alimentar do semiárido. O texto encaminha-se agora para avaliação do Poder Executivo estadual.

Reconhecimento impulsiona a produção da Reforma Agrária.

A conquista representa um marco histórico para os produtores da Reforma Agrária. A agroindústria Nutrilê, situada no assentamento Che Guevara, em Casserengue-PB, obteve, em 2024, três prêmios no XVIII Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados (Enel), que ocorreu no Maranhão. O empreendimento, vinculado ao MST-PB, é referência na produção de derivados do leite de cabra, com impacto direto na economia solidária e na valorização da agricultura familiar.

Na competição, a Nutrilê obteve o ouro com o queijo coalho condimentado, a prata com o iogurte caprino de maracujá e o bronze com o queijo coalho tradicional. O resultado supera a participação anterior, em que havia conquistado duas medalhas de prata, consolidando o trabalho das famílias assentadas no semiárido paraibano.

A produção premiada é resultado também da parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que oferece capacitação e pesquisa. Esse vínculo assegura inovação, qualidade e o fortalecimento da agroindústria comunitária, que se destaca como exemplo de resiliência e desenvolvimento sustentável.

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Marca de resistência e qualidade

O leite de cabra possui forte ligação com a história do semiárido paraibano, onde a criação de caprinos sempre foi alternativa de sobrevivência frente às secas. Para Adriana Cândido, cooperada da COOPAC (Cooperativa de Produção e Comercialização dos Caprinocultores e Ovinocultores do Curimatá), os prêmios comprovam a força do trabalho coletivo: “É motivo de muito orgulho para todas as famílias assentadas e, mesmo no semiárido e diante das dificuldades, produzimos leite com qualidade”, arremata ela.

Fonte por: Brasil de Fato