Putin intensifica postura em negociações sobre conflito na Ucrânia, exigindo retirada de tropas e reconhecimento da Crimeia e Donbas. Ultimato é dado por Putin.
O presidente apresentou uma postura mais firme em relação às negociações visando o encerramento do conflito na região do leste europeu. Durante uma visita ao Quirguistão nesta quinta-feira (27), o líder declarou que a resolução das hostilidades depende exclusivamente da retirada das forças ucranianas das áreas reivindicadas pelo governo russo.
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A exigência de Moscou inclui o reconhecimento legal da soberania russa sobre a península da Crimeia, anexada em 2014, e sobre a região do Donbas, que abrange as províncias de Luhansk e Donetsk.
Apesar da ocupação russa em grande parte dessas áreas, o governo ucraniano se mantém firme, recusando ceder território, argumentando que isso seria um incentivo à agressão. Em tom de ultimato, Putin afirmou que, caso a Ucrânia não retire suas tropas pacificamente, a Rússia garantirá o controle dessas regiões “pela força”.
Análises independentes apontam dificuldades para o exército russo, com o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW) estimando que, no ritmo atual de avanço, Moscou levaria aproximadamente dois anos para completar a conquista da região de Donetsk, com um alto custo em vidas.
Este foi o primeiro comentário público de Putin sobre as recentes articulações diplomáticas envolvendo os Estados Unidos. Existe um rascunho de um plano de paz, inicialmente elaborado em outubro, que Moscou considera uma possível “base” para negociações, embora exija ajustes na linguagem diplomática.
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O ponto central do impasse reside no status dos territórios ocupados. Putin confirmou que a discussão com os norte-americanos gira em torno do reconhecimento legal ou prático dessas áreas sob domínio russo.
Para avançar nas tratativas, uma comitiva dos EUA liderada pelo enviado especial Steve Witkoff é aguardada em Moscou na próxima semana. O presidente indicou que seu genro, Jared Kushner, poderá integrar o grupo. Paralelamente, autoridades norte-americanas também devem visitar Kiev para dialogar com o governo ucraniano.
Além das disputas territoriais, há um impasse político: Putin declarou não ver sentido em assinar documentos com a atual liderança ucraniana, classificando o presidente como ilegítimo. O mandato de Zelensky expirou no primeiro semestre, mas eleições não foram realizadas devido à lei marcial vigente desde a invasão, em 2022.
O Parlamento da Ucrânia, contudo, ratificou unanimemente a continuidade do governo atual. Enquanto a Casa Branca demonstra otimismo sobre um possível acordo, líderes europeus mantêm o ceticismo. O presidente da , chefe de , criticou a postura russa, afirmando que o Kremlin ainda opera com uma mentalidade de “esferas de influência” e busca dividir nações soberanas.
Putin, por sua vez, classificou como “ridículos” os alertas de que a Rússia poderia atacar outros países da Europa no futuro.
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