Putin avalia viagem à China e ressalta acordo sobre a construção de gasoduto
O líder russo comentou sobre o conflito ucraniano e as perspectivas de uma reunião com Zelensky em Moscou.

O presidente russo, Vladimir Putin, em coletiva de imprensa em Pequim nesta quarta-feira (3), avaliou sua visita de quatro dias à China e comentou sobre as atuais perspectivas das negociações para a resolução da guerra na Ucrânia.
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O líder russo participou da cúpula da Organização para a Cooperação de Xangai, em Tianjin, e das comemorações da vitória sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial, em Pequim. Durante a extensa agenda no país asiático, Putin reforçou a parceria estratégica com a China e com diversos países do Sul Global.
Putin começou a conversa com jornalistas avaliando positivamente a visita ao gigante asiático, que se tornou a viagem mais longa dele ao exterior desde 2012, e ressaltou o sucesso nas negociações sobre a construção do gasoduto “Força da Sibéria 2”.
De acordo com o presidente da Rússia, as negociações sobre uma nova rota para o fornecimento de gás para a China já vinham ocorrendo há vários anos, durante os quais foram analisados os prós e contras da construção do gasoduto. Putin acredita que o acordo é benéfico para ambos os países.
Aqui não há caridade de nenhuma das partes. São acordos mutuamente benéficos. São implementados com base nos princípios de mercado, com base nos princípios de mercado que estão se desenvolvendo nesta região. E, a propósito, o preço deste produto também é formulado não com base nos preços atuais, mas de acordo com uma fórmula específica, disse o presidente russo.
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O novo acordo entre a petroleira russa Gazprom e a chinesa CNPC prevê que os fornecimentos se estendam por 30 anos, com um volume de 50 bilhões de metros cúbicos anualmente.
Ademais, as partes decidiram elevar o volume de fornecimento através do gasoduto de 38 para 44 bilhões de metros cúbicos por ano e de 10 para 12 bilhões de metros cúbicos por ano pela Rota Oriental.
Vladimir Putin declarou que a demanda energética está aumentando globalmente, notadamente na China. Ele afirmou que o volume de gás russo destinado à China ultrapassará 100 bilhões de metros cúbicos anualmente.
Ucrânia
O ponto central da coletiva de imprensa foi o conflito na Ucrânia. Ao abordar a questão das garantias de segurança de Kiev, que estão no cerne das negociações para alcançar uma solução do conflito, Putin declarou que a Ucrânia tem direito a elas, como qualquer outro país. Contudo, ele ressaltou que a segurança de um país não pode ser assegurada às custas de outro, especificamente da Rússia.
As garantias de segurança são naturais, e eu falo frequentemente sobre isso. Partimos do fato de que qualquer país deve ter essas garantias, esses sistemas de segurança, e a Ucrânia não é exceção. Mas isso não está relacionado a nenhuma troca, especialmente à troca de territórios, disse o líder russo.
Putin recordou que Moscou se opõe à adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), porém não questiona seu direito de ingressar na União Europeia. O presidente também rejeitou qualquer troca de territórios com a Ucrânia.
Putin mencionou que não exclui a possibilidade de um encontro pessoal com o líder ucraniano, e que o presidente dos EUA, Donald Trump, abordou o tema. Paralelamente, o presidente russo questionou, de maneira reflexiva, se tal reunião seria pertinente, propondo Moscou como local para as negociações.
Putin afirmou que, caso Zelensky esteja disposto, ele poderia realizar tal reunião, indicando que, se o presidente ucraniano estiver pronto, a reunião ocorreria em Moscou.
Quanto às possíveis reuniões com o senhor Zelensky, geralmente não descaracei a possibilidade de tal reunião. Fazem algum sentido essas reuniões?
Fonte por: Brasil de Fato