Projeto Lagos do São Francisco: Impacto Social e Econômico no Semiárido
Um estudo de avaliação de impacto realizado pelo IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social) revelou que o Projeto Lagos do São Francisco, executado entre 2019 e 2024 pela (PE), gerou um retorno social do investimento de 2,92 por cada R$ 1,00 investido.
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Com base na metodologia internacional SROI (Retorno Social do Investimento), os avaliadores estimaram que o valor social total gerado pelo projeto alcançou R$ 20,5 milhões, a partir de um investimento de R$ 7 milhões. O projeto, financiado pela Axia Energia (antiga Eletrobras Chesf) e com parceria do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e apoio das prefeituras locais, focou no fortalecimento da agricultura familiar e na promoção de práticas produtivas sustentáveis nas comunidades rurais de 12 municípios do entorno das barragens do Rio São Francisco, nos estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe.
Impactos Diretos e Benefícios Percebidos
Ao longo de 5 anos, 508 produtores rurais foram diretamente atendidos pelo projeto, além de mais de 5.200 pessoas participarem de capacitações, dias de campo e eventos técnicos. Os resultados apontaram para melhorias significativas na vida dos agricultores e suas famílias. 78% dos entrevistados afirmaram ter melhorado a alimentação da família, 85% sentiram-se mais seguros financeiramente e 74% expressaram redução da preocupação com dívidas e escassez de recursos. A satisfação com o compartilhamento de conhecimentos com outros agricultores foi relatada por 97% dos beneficiados, enquanto 94% sentiram maior motivação para o trabalho e 91% passaram a enxergar com mais otimismo a possibilidade de viver da própria produção.
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Campos de Aprendizagem Tecnológica e Práticas Sustentáveis
A base do projeto foi a implantação de 508 Campos de Aprendizagem Tecnológica (CATs), espaços demonstrativos instalados em propriedades de produtores selecionados. Nesses ambientes, os agricultores receberam insumos como mudas, sementes e ferramentas, e tiveram a oportunidade de aprender e aplicar técnicas de manejo em diferentes culturas, respeitando a vocação produtiva de cada município.
Os CATs abordaram o cultivo de diversas culturas, incluindo cebola, tomate, melancia, milho, feijão, mandioca, manga, goiaba, coco, citros e banana, além de atividades de criação de caprinos, ovinos, bovinos, galinhas e abelhas. Esses espaços também se tornaram referência em práticas de recuperação ambiental, manejo de solo e uso racional da água. A forte parceria com prefeituras e entidades de assistência técnica foi fundamental para a execução das ações em campo.
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Reconhecimento e Sustentabilidade
O coordenador do projeto, pesquisador da Embrapa Semiárido, destacou que os resultados superaram as expectativas, demonstrando o caminho certo da Embrapa ao promover o desenvolvimento sustentável. O projeto focou na agricultura familiar, uma parcela essencial dos produtores do País, e ganhou relevância no Semiárido, atendendo comunidades historicamente desassistidas.
A articulação institucional, tecnologias, assistência técnica e protagonismo do produtor foram elementos-chave para gerar renda e promover a convivência produtiva com o Semiárido. A vice-presidente de Sustentabilidade da AXIA Energia, Camila Araújo, ressaltou a importância de observar, na prática, como as ações de responsabilidade socioambiental contribuem para transformar vidas e fortalecer comunidades nas áreas de influência de seus empreendimentos.
O relatório do IDIS indicou que 81% do valor social gerado pelo projeto se expressou em melhorias diretas nas condições de vida das famílias, por meio de reformas nas moradias, aquisição de bens, melhor alimentação e redução de dívidas.
