Professores efetivos no Brasil: estabilidade abaixo da média da OCDE
Docentes brasileiros enfrentam disparidade: apenas 64% possuem estabilidade, significativamente abaixo da média internacional de 81%. Saiba mais no Poder360.

Professores Brasileiros Enfrentam Dificuldades com Contratos e Satisfação no Trabalho
Um em cada três professores brasileiros não possui contrato de trabalho estável em suas escolas, conforme dados da Talis (Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem) de 2024, divulgada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) na segunda-feira, 6 de outubro de 2025. A pesquisa, realizada a partir de entrevistas com professores e diretores, principalmente dos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º), compara a educação em 53 países. A íntegra do estudo está disponível em PDF (6 MB).
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Dados da Talis 2024
Os resultados revelam que, em comparação com a média da OCDE, que alcança 81% de professores com contratos permanentes, o Brasil possui apenas 64% desse tipo de contrato. Essa representou uma queda de 16 pontos percentuais em relação à pesquisa de 2018. A instabilidade nos contratos de trabalho pode gerar insegurança e impactar o desempenho dos educadores.
Comparativo com Outros Países
Entre os países analisados, o Brasil ocupa a 5ª posição no ranking de menor porcentagem de professores com contratos permanentes, superado apenas por Xangai, na China (33%), Emirados Árabes Unidos (34%), Bahrein (55%) e Costa Rica (56%). Na outra ponta do ranking, países como Dinamarca, Letônia e França, apresentam taxas de contratos permanentes próximas a 100%.
Satisfação com Salário e Condições de Trabalho
A pesquisa também aponta para uma baixa satisfação entre os professores brasileiros. Menos de 1 a cada 4 (22%) estão satisfeitos com seus salários, um aumento de 4 pontos percentuais desde 2018. Essa porcentagem é inferior à média da OCDE (39%). Em relação às condições de trabalho, o Brasil ocupa o 3º lugar no ranking, com 44% de satisfação, enquanto a média da OCDE é de 68%.
Países como Áustria, Bulgária, Colômbia, República Checa, Letônia, Polônia, Romênia, República Eslovaca e Uzbequistão apresentam taxas de satisfação superiores a 80% (excluindo salários), enquanto o Japão e Portugal registram apenas menos de 40% de satisfação.
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A pesquisa ressalta a importância da remuneração para atrair e reter talentos na área da educação, garantindo que o trabalho dos professores seja financeiramente sustentável e competitivo com outras profissões.
O estudo da Talis foi realizado no Brasil pela quarta vez, entre junho e julho de 2024, com o apoio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e a colaboração das secretarias de Educação das 27 Unidades Federativas.