Professores da Paraíba interrompem aulas em protesto à reforma administrativa nos dias 10 e 11 de setembro
UEPB, UFPB e IFPB se mobilizam em defesa do serviço público e pelo cumprimento de acordos.

Professores das universidades estaduais da Paraíba (UEPB), federal (UFPB) e federal (IFPB) anunciaram paralisação nos dias 10 e 11 de setembro. A mobilização se dará em várias cidades do estado, como João Pessoa, Campina Grande, Patos, Areia, Santa Luzia, Soledade, Itabaiana, Esperança, Pedras de Fogo e Mangabeira. Os atos fazem parte da marcha nacional contra a reforma administrativa e visam também assegurar o cumprimento de acordos de greve e a manutenção da autonomia universitária.
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A UEPB trilhou uma trajetória de resistência e superação, marcada por desafios e conquistas que consolidaram sua identidade e importância no cenário educacional.
Os professores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) iniciaram na última segunda-feira (8) uma jornada de mobilização organizada pela Associação dos Docentes da UEPB (Aduepb). A iniciativa visa denunciar a crise orçamentária da instituição, cobrar o pagamento do retroativo das progressões e exigir o cumprimento da Lei de Autonomia. O evento principal será a paralisação de todas as atividades acadêmicas na quarta-feira (10/09), em todos os campi, com ato público às 9h30 no centro de Campina Grande.
A viagem ocorre como preparação para a assembleia geral de 16 de setembro, que examinará a viabilidade de uma greve indefinida. Em 27 de agosto, os professores já haviam aprovado um sinal de greve e decidido intensificar a mobilização. Simultaneamente, a Aduepb busca retomar o diálogo com o governo do estado, enviando novos pedidos de audiência ao governador João Azevêdo, ao secretário de planejamento, orçamento e gestão, Gilmar Martins, ao secretário de ciência, tecnologia, inovação e ensino superior, Cláudio Furtado, e ao procurador-geral do estado, Fábio Brito.
A UEPB informa que está aberta a inscrições para a jornada acadêmica, com atividades de orientação, palestras, seminários e cursos de extensão.
- 08/09: distribuição de panfletos e encaminhamento para reuniões no campus de Campina Grande.
- 09/09: distribuição de panfletos em Guarabira (final da manhã e à tarde), João Pessoa (manhã) e Campina Grande (noite).
- 10/09: paralisação em todos os oito campi da UEPB, ato público no centro de Campina Grande, às 9h30.
- 11/09: ato no campus I de Campina Grande com distribuição de panfletos, adesivos e caminhada pela manhã; panfletagem em Monteiro à noite; panfletagem no campus de Catolé do Rocha.
- 12/09: mobilização e passagem em salas no campus de Lagoa Seca.
Manifestações em território nacional.
A greve dos professores exige autonomia financeira das universidades e o cumprimento de seus direitos trabalhistas, incluindo progressões salariais e valores retroativos. “Aqui na Paraíba, realizamos três assembleias, e mesmo sem quórum, o indicativo majoritário dos presentes foi de adesão a essa luta nacional, que terá atividades locais como panfletagens, debates e atos conjuntos com o Sinasefe e demais entidades”, comenta Edson Franco, presidente o Sindicato dos Professores da Universidade Federal da Paraíba (Adufpb)b. Ele destaca que a mobilização atual dialoga com um movimento nacional de servidores públicos, articulado pela Fenasefe (Fórum Nacional dos Servidores Federais), que definiu os dias 10 e 11 de setembro como datas de protesto em todo o país.
Almejamos impedir a reforma administrativa, que não é uma reforma, mas sim uma verdadeira demolição do serviço público. O Congresso Nacional tenta promover a ideia de que se trata de uma medida para diminuir custos. Contudo, essa é uma falácia, afirma Franco. Para ele, a proposta em discussão no Congresso Nacional representa uma verdadeira demolição do serviço público. Ele argumenta que a economia prevista é mínima – cerca de 0,3% do orçamento – e que os verdadeiros privilégios permanecem inalterados.
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A reforma ataca direitos essenciais dos servidores: estabelece metas e avaliações sem critérios definidos, prevendo a demissão após três reprovações; permite a redução salarial em caso de déficits fiscais, mesmo sem diminuição da jornada de trabalho; torna a progressão na carreira mais lenta, forçando os servidores a atingirem o topo próximo à aposentadoria, o que diminuirá significativamente o valor de suas aposentadorias.
Vozes da luta sindical
Elisabete Vale, presidente do Sindicato da Universidade Estadual da Paraíba (Aduepb), declarou que a instituição promove nesta semana uma jornada de luta para expor o recuo no orçamento da instituição. Segundo ela, a mobilização visa, também, assegurar o cumprimento da Lei de Autonomia e o pagamento das progressões funcionais dos professores, em atraso.
A líder enfatizou que a semana de lutas compreende ações de distribuição de panfletos e mobilização nos oito campi da universidade, dialogando diretamente com a comunidade acadêmica. “Na quarta-feira realizaremos um ato público a partir das 9h30 da manhã, no centro de Campina Grande, na Praça Clementino Procópio, no cruzamento do antigo posto Futurama”, explicou.
Ela recordou que, no dia 16 de setembro, ocorrerá uma Assembleia Geral Docente para analisar a jornada e decidir sobre a viabilidade de uma greve indefinida. Destacou que o sindicato também busca a intensificação do diálogo com o governo do estado. “Estamos solicitando que seja apresentada uma proposta de instalação de uma mesa de negociação permanente e um plano concreto para o pagamento retroativo das progressões funcionais docentes”, concluiu.
Para David Lobão, secretário do sindicato do IFPB (Sintefpb), esta é uma semana crucial, com a realização de mobilização em Brasília nos dias 10 e 11, juntamente com uma paralisação nacional. Ele declarou que a categoria promoverá uma grande paralisação nos dias 10 e 11 de setembro, para expressar que os servidores não concordam com a reforma administrativa.
Dependo de cada um de vocês para organizarmos um grande protesto contra essa reforma. Dias 10 e 11: paralisação nacional, paralisação no IFPB. Estamos juntos nesta luta, ressaltou.
Próximos passos
Após os dois dias de paralisação, os docentes se reúnem em assembleia geral no dia 16 de setembro para avaliar a jornada de lutas e deliberar sobre uma possível greve por tempo indeterminado. “Somos contra essa reforma administrativa, que não passa de um projeto de destruição do serviço público. Não negamos a necessidade de combater os chamados ‘supersalários’, mas para isso não é preciso desmontar direitos, nem penalizar toda a categoria”, enfatiza Edson Franco.
Fonte por: Brasil de Fato