Polícia prende 6 suspeitos por falsificação de bebidas em SP e combate intoxicação

Operação Poison desarticula 20 mandados em SP e combate intoxicação por metanol em 8 municípios. Saiba mais no Poder360.

14/10/2025 15:44

4 min de leitura

Polícia prende 6 suspeitos por falsificação de bebidas em SP e combate intoxicação
(Imagem de reprodução da internet).

Prendimento em Operação Contra Rede de Falsificação de Bebidas Alcoólicas

A Polícia Civil de São Paulo anunciou a prisão de seis indivíduos em operação contra uma rede criminosa especializada na adulteração e falsificação de bebidas alcoólicas. A ação, denominada “Poison Source”, foi realizada em oito municípios do estado e faz parte da força-tarefa criada para combater casos de intoxicação por metanol.

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Força-Tarefa Contra o Metanol

A operação visa combater a contaminação por metanol, uma substância tóxica presente em bebidas adulteradas. A ação foi deflagrada após a prisão de um dos principais falsificadores do país, responsável pela distribuição de insumos e bebidas adulteradas para diversos criminosos.

Detalhes da Operação

Foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão em endereços na capital paulista: Santo André, Poá, São José dos Campos, Santos, Guarujá, Presidente Prudente e Araraquara. Durante a prisão do principal falsificador, foram descobertas conexões com a distribuição de insumos e bebidas adulteradas para diversos criminosos espalhados pelo estado.

Investigações e Descobertas

A delegada Leslie Caran Petrus, que coordena a operação, destacou que as investigações começaram após a descoberta de um esquema de falsificação sofisticado. “Ele vendia garrafas com rótulos, tampinhas intactas e lacres — praticamente impossível de identificar a falsificação”, afirmou. O delegado-geral de Polícia, Arthur Dian, complementou que as investigações prosseguirão para identificar a conexão entre os indivíduos presos e os pontos de venda das bebidas falsificadas.

Dados Sobre a Operação

Cerca de 150 policiais civis participaram das ações, coordenadas pelo Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais). A operação é parte de um esforço contínuo para combater a adulteração de bebidas alcoólicas e proteger a saúde da população.

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Prevenção e Controle

Recomenda-se verificar a procedência das bebidas compradas, desconfiar de preços muito abaixo do mercado e não consumir produtos sem registro oficial. A fiscalização rigorosa de órgãos governamentais e as análises laboratoriais periódicas são essenciais para prevenir tragédias e garantir a qualidade dos produtos.

O Que É Metanol?

O metanol, também conhecido como álcool metílico (CH₃OH), é uma substância química altamente tóxica, volátil e inflamável. Trata-se de um álcool simples, incolor, de odor semelhante ao da bebida alcoólica comum. No passado, era chamado de “álcool da madeira” por ser obtido da destilação de toras. Hoje, é produzido em escala industrial, sobretudo a partir do gás natural.

Usos do Metanol

O líquido é usado como matéria-prima para a produção de formaldeído, ácido acético, resinas, solventes e tintas. Também está presente em anticongelantes, limpa-vidros e removedores de tinta. No Brasil, uma das principais aplicações é na produção de biodiesel, por meio da transesterificação.

Dosagem Letal

A ingestão de 4 ml a 10 ml de metanol pode causar danos irreversíveis, como a cegueira, segundo o CFQ (Conselho Federal de Química). O conselho alerta que pequenas doses já representam uma ameaça real à vida. Estima que 30 ml de metanol puro podem ser letais.

Efeitos no Organismo

O perigo maior da ingestão de metanol aparece nos efeitos tardios, afirma o Conselho Federal de Química. O metanol é metabolizado no organismo em formaldeído e ácido fórmico, este último responsável por causar acidose metabólica —um grave desequilíbrio do pH sanguíneo. Os sintomas incluem: respiração acelerada, aumento da frequência cardíaca, dor abdominal persistente, danos à visão, que podem evoluir para cegueira irreversível.

Diagnóstico e Tratamento

De acordo com a Abno (Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia), o diagnóstico deve ser feito a partir da história clínica do paciente e por exames de sangue e de imagem. Em caso de suspeita de ingestão ou contato prolongado com metanol, não induza o vômito e encaminhe a pessoa com urgência para o hospital. Quanto mais cedo forem realizados o diagnóstico e o tratamento, menor é o risco de morte ou de sequelas graves. O tratamento é feito com medicamentos intravenosos (fomepizol) que, assim como o etanol, podem inibir o metabolismo do metanol, evitando a formação do ácido fórmico, causador das sequelas mais graves. O paciente pode ser submetido à lavagem gástrica e hemodiálise.

Risco da Adulteração

Segundo o Conselho Federal de Química, o problema surge quando o metanol é usado de forma criminosa na adulteração de bebidas alcoólicas. A ingestão, inalação ou contato prolongado com o metanol pode provocar sintomas imediatos, como náusea, tontura, vômito e depressão do sistema nervoso central.

Para evitar intoxicações, recomenda-se: verificar a procedência das bebidas compradas; desconfiar de preços muito abaixo do mercado; não consumir produtos sem registro oficial. A fiscalização rigorosa de órgãos governamentais e as análises laboratoriais periódicas feitas por profissionais da química são essenciais para prevenir tragédias. Eles têm o papel de identificar contaminantes, assegurar a qualidade dos produtos e conscientizar a população sobre os riscos do consumo de bebidas adulteradas.

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