Expedidos 20 mandados de busca e apreensão em endereços na capital paulista e outras cidades. Leia na íntegra no Poder360.
Na 3ª feira (14.out.2025), a Polícia Civil do Estado de São Paulo iniciou uma operação de grande escala contra uma rede criminosa responsável pela produção e venda de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. A operação, denominada “Fonte do Veneno”, faz parte de uma força-tarefa montada pelo governo do Estado para combater os casos de intoxicação pela substância. A ação visa interromper a distribuição e venda de produtos perigosos à saúde da população.
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Foram expedidos 20 mandados de busca e apreensão em endereços na capital paulista e em cidades vizinhas, incluindo Santo André, Poá, São José dos Campos, Santos, Guarujá, Presidente Prudente e Araraquara. A operação contou com a participação de 150 policiais civis, que atuaram em conjunto para desmantelar a estrutura criminosa.
As investigações, que começaram há 10 dias, levaram à prisão de um dos maiores fornecedores de bebidas falsificadas do país. Segundo Leslie Caran Petrus, delegada que coordena a operação, “ele vendia garrafas com rótulos, tampinhas intactas e lacres, praticamente impossível de identificar a falsificação”. A investigação continua para identificar todos os envolvidos na rede criminosa.
O Ministério da Saúde divulgou na 2ª feira (13.out.2025) que o Brasil tem 32 casos confirmados de intoxicação por metanol por ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas. Em comparação com a última sexta-feira (10.out), houve um aumento de 3 pessoas. Dos 32 casos confirmados, 28 foram registrados em São Paulo, 3 no Paraná e 1 no Rio Grande do Sul. Atualmente, há 213 notificações em investigação, um número menor do que o último balanço (quando havia 217 suspeitas). O número de casos suspeitos descartados também cresceu, atingindo 320.
O balanço do Ministério da Saúde indica que cresceu também o número de casos suspeitos descartados. São 320. O Estado de São Paulo investiga, neste momento, 100 notificações. Em seguida, aparecem Pernambuco com 43 suspeitas, Espírito Santo (9), Rio Grande do Sul (6), Rio de Janeiro (5), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (4), Goiás (3), Maranhão (2), Alagoas (2), Minas Gerais (1), Paraná (1) e Rondônia (1). Antes da onda registrada em agosto e setembro de 2025, a média de casos ficava em torno de 20 por ano, segundo dados do Ministério da Saúde.
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O perigo maior da ingestão de metanol aparece nos efeitos tardios, afirma o Conselho Federal de Química. O metanol é metabolizado no organismo em formaldeído e ácido fórmico, este último responsável por causar acidose metabólica —um grave desequilíbrio do pH sanguíneo. Os sintomas incluem: respiração acelerada; aumento da frequência cardíaca; dor abdominal persistente; danos à visão, que podem evoluir para cegueira irreversível. O diagnóstico deve ser feito a partir da história clínica do paciente e por exames de sangue e de imagem. Em caso de suspeita de ingestão ou contato prolongado com metanol, não induza o vômito e encaminhe a pessoa com urgência para o hospital. Quanto mais cedo forem realizados o diagnóstico e o tratamento, menor é o risco de morte ou de sequelas graves. O tratamento é feito com medicamentos intravenosos (fomepizol) que, assim como o etanol, podem inibir o metabolismo do metanol, evitando a formação do ácido fórmico, causador das sequelas mais graves. O paciente pode ser submetido à lavagem gástrica e hemodiálise.
Para evitar intoxicações, recomenda-se: verificar a procedência das bebidas compradas; desconfiar de preços muito abaixo do mercado; não consumir produtos sem registro oficial. A fiscalização rigorosa de órgãos governamentais e as análises laboratoriais periódicas feitas por profissionais da química são essenciais para prevenir tragédias. Eles têm o papel de identificar contaminantes, assegurar a qualidade dos produtos e conscientizar a população sobre os riscos do consumo de bebidas adulteradas.
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