Plano de Paz em Gaza: EUA buscam cessar-fogo com Hamas. Proposta idealizada por Trump gera dúvidas entre países árabes e europeus. Fase inicial focada em libertação de reféns israelenses
Apesar do ceticismo internacional, o plano de paz para a Guerra em Gaza, idealizado pelo presidente americano, tem se mantido em vigor por mais de dois meses. A proposta ambiciosa, apresentada pelos enviados especiais do republicano, gerou dúvidas sobre sua eficácia e longevidade entre diversos países árabes e europeus.
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A estratégia dos Estados Unidos, que se colocou como garantidor da paz, pressionou seus parceiros islâmicos e aliados israelenses, demonstrando uma postura ponderada em comparação com ações passadas do governo americano.
A primeira fase do plano visava a libertação de todos os 20 reféns israelenses vivos e a repatriação dos 28 corpos de reféns mortos. Para o Hamas, o foco era ganhar tempo de reação política após anos de bombardeios e perda de popularidade entre os palestinos. Com a devolução de todos os 20 sequestrados vivos e 27 corpos, os bombardeios constantes cessaram e o exército israelense se retirou para o perímetro combinado.
A entrega dos restos mortais de Ran Gvili, nos próximos dias, reacende questionamentos sobre o início da fase dois do plano de Donald Trump.
Os mediadores árabes, turcos, americanos e israelenses se reuniram dezenas de vezes em Jordânia e outros locais, buscando um consenso. A principal conclusão era que um grupo terrorista não poderia continuar a determinar o futuro de 2,3 milhões de palestinos.
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O acordo selado previu que o Hamas abandonaria suas funções políticas, militares e administrativas, e que Gaza passaria a ser governada de forma interina por um quadro de tecnocratas palestinos, responsáveis pela pacificação e viabilidade socioeconômica da região.
Os termos do acordo, assinados por todas as partes, estabeleciam que, no início da fase 2, o grupo terrorista sunita deveria entregar suas armas, abandonar atividades terroristas e militares, e escolher o exílio. Um Conselho da Paz, com a presença de notáveis palestinos de diversos setores, teria a tarefa de transformar milhões de toneladas de escombros em uma nação funcional.
A premissa era a capacidade dos nacionais palestinos de decidirem por seu próprio destino, retirando das mãos de uma força militar de ocupação qualquer responsabilidade pelo futuro de outro povo e outro país.
O caminho para a implementação do plano parece incerto. Declarações ambíguas dos últimos três meses, que em alguns casos refutaram a possibilidade de abandonar o poder, e em outros, colocaram condições para a saída, geram incertezas. A questão temporal é fundamental para criar confiança entre os beligerantes e dar credibilidade aos fiadores do acordo.
Para o Hamas, as opções são poucas. Após uma derrota militar, a perda de mais de 70% de seus homens e o enfraquecimento de seus financiadores, a negociação por algum tipo de anistia foi o que restou. Alguns ainda vivem na esperança de continuar a vida jihadista em outros cantos do mundo, mas sem a mesma opulência que lhes foi concedida após 16 anos utilizando recursos públicos e privados para fins pessoais.
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Apesar dos desafios, o momento é de espera, de indagações e de negociações nos bastidores para garantir que a fase 2 seja o início da reconstrução definitiva de Gaza e não a continuação de seu colapso.
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