Plano britânico reacende debate sobre identidade e segurança após décadas

Plano reacendeu debate sobre privacidade e segurança, que aboliu esse sistema após a Segunda Guerra Mundial

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(Imagem de reprodução da internet).

Plano do Primeiro-Ministro Britânico para Cartão de Identidade Digital

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou recentemente seus planos para exigir que trabalhadores apresentem um cartão de identidade digital obrigatório, em um esforço para combater a imigração ilegal. Este plano reacendeu um debate nacional que já ocorreu há duas décadas, envolvendo preocupações sobre privacidade e segurança, em contrapartida ao desejo do governo de aumentar o controle e a eficiência.

Contexto e Motivações

O Partido Trabalhista de centro-esquerda de Starmer enfrenta dificuldades em comparação com o Reform UK, de Nigel Farage, nas pesquisas de opinião. A alta imigração é uma das principais preocupações dos eleitores, e as tentativas anteriores do Partido Trabalhista de controlar a imigração não tiveram grande impacto. O governo argumenta que as identidades digitais limitarão o acesso a empregos, eliminando um fator que atrai migrantes para o Reino Unido.

Como Funcionaria o Cartão de Identidade Digital

O plano propõe um aplicativo móvel gratuito para comprovar a identidade, idade e status imigratório de uma pessoa. Os dados seriam protegidos por segurança biométrica e criptografia, semelhantes aos aplicativos bancários. O cartão seria obrigatório para empregadores verificarem o status de direito ao trabalho, substituindo a verificação de documentos, que o governo considera mais fáceis de falsificar ou burlar. A previsão é que o programa entre em vigor antes das próximas eleições, previstas para 2029.

Opinião Pública e Desafios

O Reino Unido está relativamente atrasado no que diz respeito a carteiras de identidade, que foram abolidas após a Segunda Guerra Mundial. No início dos anos 2000, o Partido Trabalista tentou introduzir um sistema de identidade obrigatório, após os ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos. Apesar do apoio inicial, o custo projetado da introdução das carteiras, combinado com a oposição de defensores das liberdades civis, que viam a proposta como uma ameaça à liberdade e preocupações com a segurança dos dados, gerou descontentamento público. O programa foi reduzido a voluntário e, posteriormente, descartado quando o Partido Trabalista perdeu o poder em 2010.

Pesquisas de Opinião e Preocupações

Em 2004, uma pesquisa da Ipsos mostrou 80% de apoio geral à proposta do cartão de identidade físico. Desta vez, a opinião pública está dividida. Uma pesquisa da YouGov na sexta-feira (26) mostrou que 42% apoiavam o plano de Starmer, enquanto 45% se opunham. Os eleitores reformistas foram, de longe, os maiores oponentes do programa. Uma pesquisa da Ipsos, realizada em julho, antes do anúncio do governo, mostrou que 57% dos britânicos apoiam os documentos de identidade, com um apoio menor a um sistema especificamente digital, de 38%. Mais de 2,5 milhões de pessoas assinaram uma petição contra a identidade digital.

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