Planejamento sucessório em empresas familiares no Brasil é vulnerabilidade crítica. Estudos mostram baixa formalização e impacto na produtividade e talentos
O planejamento sucessório emerge como um ponto crítico de vulnerabilidade em empresas familiares no Brasil. Estudos revelam que apenas 8,1% das companhias possuem um planejamento formal de continuidade, acompanhado pelas lideranças. Adicionalmente, 29,2% não estabelecem diretrizes ou mapeamento de possíveis herdeiros corporativos.
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Segundo Aldo Macri, diretor de operações da GoNext, uma consultoria especializada em governança, a ausência de um plano sucessório consistente impacta diretamente a produtividade, a retenção de talentos e o equilíbrio organizacional. Macri destaca que a dependência excessiva do fundador nas decisões pode gerar paralisia após sua saída, afetando a confiança de funcionários, clientes e investidores.
A substituição de executivos estratégicos pode representar entre 8% e 14% do EBITDA anual, considerando despesas com recrutamento, adaptação e treinamento, além de perdas indiretas como desalinhamento tático e desgaste da equipe. Em casos sem preparação interna, o impacto tende a se dobrar.
A vacância em cargos críticos pode variar de seis a doze meses, enquanto em organizações com sucessão estruturada, esse intervalo pode ser reduzido para 60 a 90 dias.
Consultorias como a GoNext recomendam o desenvolvimento de planos de carreira, programas de mentoria e modelos de “sombra” para preparar os futuros líderes, fortalecendo a sucessão interna e diminuindo vulnerabilidades. Indicadores como o índice de dependência do fundador (idealmente inferior a 40%), o tempo médio de formação dos sucessores (mínimo de três anos) e o percentual de cargos críticos com sucessores identificados (meta acima de 70%) são cruciais.
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Conselhos de administração e comitês de sucessão são sinais de governança consolidada e de visão estratégica de longo prazo. A falta de um plano de transição é percebida como fator de risco em processos de fusões, aquisições e captação de recursos, podendo levar a descontos no valuation de empresas com governança frágil.
O planejamento de liderança deve ser incorporado às metas estratégicas e financeiras das organizações, atuando como um instrumento de gestão e continuidade. Essa abordagem contribui para prevenir rupturas, sustentar a competitividade e garantir a longevidade dos negócios familiares, assegurando a permanência do legado e ampliando o valor percebido da empresa.
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