Participação do PIB Municipal em 2023: Desaceleração da Desconcentração Econômica
Em 2023, municípios com forte dependência da indústria extrativa apresentaram uma redução na participação do Produto Interno Bruto (PIB), impactando o processo de desconcentração econômica no Brasil. Essa desaceleração ocorreu após a queda nos preços do minério de ferro, beneficiando as capitais, impulsionadas principalmente pelo setor de serviços, conforme dados divulgados pelo IBGE em 19 de dezembro de 2025.
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O estudo, que reúne informações de PIB a preços de mercado e PIB per capita dos 5.570 municípios brasileiros, revelou que a participação dos 5.543 municípios não capitais no PIB nacional diminuiu de 72,5% em 2022 para 71,7% em 2023. As 27 capitais, por sua vez, ampliaram sua fatia de 27,5% para 28,3%.
Essa reversão parcial na tendência de desconcentração foi atribuída a fatores conjunturais, incluindo a perda de peso de municípios ligados à extração de petróleo.
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Impacto da Extração de Petróleo
Entre os 5 municípios com as maiores perdas de participação no PIB de 2022 a 2023, todos possuíam economias ligadas à exploração de petróleo. Maricá (RJ) registrou a maior queda, de 0,35 ponto percentual, seguida por Niterói (RJ), com 0,18 ponto percentual, e Saquarema (RJ), com 0,16 ponto percentual.
Ilhabela (SP) e Campos dos Goytacazes (RJ) completam a lista. O desempenho do setor de serviços, especialmente atividades financeiras e administrativas, foi determinante para o avanço das capitais.
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Concentração Urbana e PIB
Entre as 185 concentrações urbanas com mais de 100 mil habitantes, 119 ampliaram sua participação no PIB nacional em 2023. Das 26 grandes concentrações urbanas (mais de 750 mil habitantes), 17 registraram crescimento no mesmo período. A maior delas, a concentração urbana de São Paulo, formada por 37 municípios, passou de 15,8% para 16,2% do PIB nacional de 2022 a 2023.
Já a concentração urbana do Rio, com 21 municípios, recuou de 8,7% para 8,0%, impactada pela perda de peso de cidades produtoras de petróleo, embora tenha mantido a 2ª posição no ranking nacional.
Desigualdades Regionais e PIB Per Capita
Em 2023, dez municípios responderam por 24,5% da economia brasileira. São Paulo (SP) liderou, com 9,7%, seguido pelo Rio de Janeiro (RJ), 3,8%, e Brasília (DF), 3,3%. Maricá (RJ), Belo Horizonte (MG) e Manaus (AM) também apresentaram relevância, com 1,2% do PIB nacional.
Em 2002, essa mesma fatia estava concentrada em apenas 4 municípios, demonstrando o avanço do processo de desconcentração ao longo das últimas duas décadas.
Saquarema (RJ) liderou o ranking nacional de PIB per capita em 2023, com R$ 722,4 mil por habitante, impulsionada pela extração de petróleo e gás. Brasília (DF) apresentou o maior valor, R$ 129,8 mil, o equivalente a 2,41 vezes a média nacional, de R$ 53,9 mil.
Manari (PE) registrou o menor PIB per capita do país, com R$ 7.201,70. Quatro dos 5 menores valores estavam em municípios do Maranhão, evidenciando a persistência das desigualdades regionais.
