PIB brasileiro desacelera em Q3, mas mantém cenário de “pouso suave”. Dados do IBGE apontam para crescimento moderado, com expectativa do mercado
Os dados divulgados pelo IBGE sobre a atividade econômica do país no terceiro trimestre indicam um crescimento moderado do Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa do mercado apontava para um crescimento de 0,2% na comparação com o segundo trimestre e 1,7% em relação ao mesmo período de 2024. Este resultado, conforme apontou a economista Ana Paula Vescovi no relatório macro do Santander, reforça o cenário de “pouso suave” para a economia no segundo semestre.
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Apesar dos juros elevados, que tendem a pressionar o crescimento, o PIB brasileiro tem surpreendido, superando as expectativas. No segundo trimestre, a expansão de 0,3% (prevista pela Reuters) foi superada. No entanto, o dado refletiu uma perda de fôlego em relação ao primeiro trimestre, quando a economia avançou 1,3% (após revisão), impulsionada pelo agronegócio. Apesar disso, a taxa Selic, que mede os juros básicos do país, e seus valores deste ano, seguem os esforços do Banco Central (BC) de conter a alta dos preços.
As altas taxas de juros e as tarifas elevadas dos EUA sobre as exportações brasileiras pesaram sobre a atividade. Adriana Dupita, vice-economista-chefe para mercados emergentes da Bloomberg Economics, projetou uma queda de 0,2% no PIB do trimestre. O economês “pouso suave” se refere a um cenário em que a política monetária – os juros – leva o crescimento econômico a desacelerar, mas sem despencar. O mercado de trabalho, com um nível de desemprego baixo, e o crédito seletivo, devido aos juros altos, também contribuem para a desaceleração.
O setor de serviços continua sendo o principal motor do PIB. A indústria apresenta um ritmo mais lento, enquanto o agronegócio, apesar de manter safras favoráveis, tem um crescimento menor em relação a 2024. A desaceleração no crescimento sequencial deve-se à agricultura, enquanto observamos uma recuperação em vários outros componentes do PIB. O HSBC, em relatório assinado por Daniel Lavarda, head de Research no Brasil, destaca a importância de monitorar o setor de serviços, que ainda carrega o PIB, e a recuperação da indústria.
Os dados do IBGE indicam um cenário de desaceleração gradual da economia brasileira, impulsionado por fatores internos e externos. Apesar dos desafios, o país continua a apresentar um desempenho resiliente, com o setor de serviços mantendo o crescimento e o agronegócio contribuindo para a atividade. Acompanhar de perto os indicadores econômicos e as políticas do Banco Central será fundamental para entender a trajetória da economia brasileira nos próximos meses.
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