Ações da Petrobras caem 2,68% no Ibovespa; petróleo internacional em forte queda. PETR4 e PETR3 sob pressão, com destaque para fatores como desvalorização do barril de Brent e expectativa de cessar-fogo na Ucrânia
As ações da Petrobras registraram uma queda expressiva nesta terça-feira, 16, impactando negativamente o desempenho do Ibovespa. No momento das 15h40, as ações preferenciais (PETR4) apresentavam uma variação de 2,68%, cotadas a R$ 30,86, após atingirem a mínima intradiária de R$ 30,61.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Paralelamente, os papéis ordinários (PETR3) caíam 2,71%, com preço em R$ 32,32, após registrar R$ 31,98. Essa desvalorização representa a maior queda em mais de dez dias, superando a variação de 3% observada em 5 de dezembro e a de 4,48% das ordinárias em 4 de dezembro.
A principal razão para o desempenho negativo das ações da Petrobras reside na forte desvalorização do petróleo nos mercados internacionais. O barril do Brent, referência global, cedeu mais de 2% ao longo do dia, sendo negociado a US$ 59,03, o menor patamar em aproximadamente sete meses.
O WTI, referência nos Estados Unidos, também recuou 2,64%, atingindo US$ 55,32, o nível mais baixo em quase cinco anos. Essa pressão sobre o petróleo impacta diretamente as ações de petroleiras, considerando a relevância da Petrobras na composição do Ibovespa.
Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, atribuiu a queda à expectativa de aumento da oferta global de petróleo. “Essa percepção está impactando as petrolíferas, que estão puxando quase 3% de queda, o que também colabora”, afirmou.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A expectativa de um possível cessar-fogo na guerra entre Rússia e Ucrânia também influencia o mercado, pois um acordo poderia reduzir sanções e aumentar o fluxo de petróleo russo.
O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que um acordo para encerrar a guerra na Ucrânia está “mais próximo do que nunca”, após avanços em negociações com autoridades americanas, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, e líderes europeus.
Em troca de garantias de segurança, o que aumentou o otimismo do mercado quanto a um desfecho do conflito. Analistas destacam que um eventual acordo de paz pode ter impacto significativo no curto prazo sobre o petróleo, ao destravar volumes hoje redirecionados ou limitados por sanções.
Martijn Rats, estrategista global de commodities do Morgan Stanley, mencionou a grande quantidade de petróleo presa em cadeias de suprimentos extensas.
No cenário doméstico, a situação operacional da Petrobras também é um fator relevante. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), o número de plataformas envolvidas no trabalho subiu para 22 na Bacia de Campos, no Norte Fluminense, com trabalhadores solicitando desembarque, o que aprofundou o impacto operacional.
Apesar da pressão no curto prazo, a visão de médio e longo prazo para a estatal permanece positiva. O Itaú BBA manteve recomendação de outperform para a Petrobras, revisando para baixo sua estimativa de preço de longo prazo do petróleo, de US$ 65 para US$ 60 o barril.
O banco fixou preço-alvo de R$ 43 para a PETR4 ao final de 2026, o que implica um potencial de valorização de 36% em relação aos níveis atuais. O Itaú BBA projeta que a Petrobras pode manter produção média próxima de 2,6 milhões de barris por dia em 2026, acima da meta oficial, com dividend yield estimado em torno de 10% no período.
Autor(a):
Responsável pela produção, revisão e publicação de matérias jornalísticas no portal, com foco em qualidade editorial, veracidade das informações e atualizações em tempo real.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fique por dentro das últimas notícias em tempo real!