A sigla adotada pela organização de São Paulo (SP) reconhece a importância estratégica da agricultura familiar.
A escola de samba Acadêmicos do Tatuapé, do grupo especial de São Paulo, revelou na noite de sábado (9) o samba-enredo que levará ao desfile do Carnaval de 2026. Trata-se de uma homenagem à luta pela terra, representada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e ao papel estratégico da agricultura familiar.
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Assinado pelo carnavalesco Wagner Santos, o enredo intitulado “Plantar para Colher e Alimentar”. Apresenta a constatação de “Tem muita terra sem gente. Tem muita gente sem terra!”. O samba-enredo selecionado é resultado da união de duas letras concorrentes.
A terra então sangrou, plantou resistência, Canudos semeou a rebeldia, cada focea levantada, liberdade florescia.
No ambiente das redes sociais, o MST comemorou a seleção do assunto. “Inicia-se a contagem regressiva para um desfile que promete impressionar e emocionar o país, evidenciando a luta histórica do movimento e a relevância da agricultura familiar para o país”, declarou.
Em 2025, a Acadêmicos do Tatuapé obteve o segundo lugar, com apenas 0,1 ponto de diferença em relação à campeã, Rosas de Ouro. A equipe almeja o tricampeonato – o título mais recente foi conquistado em 2018. Os desfiles do Grupo Especial de São Paulo ocorrerão nos dias 13 e 14 de fevereiro de 2026.
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O MST é um movimento popular que, desde o início da década de 1980, articula e organiza trabalhadores rurais e a sociedade em torno da luta pela reforma agrária e pela produção de alimentos saudáveis, estando presente em aproximadamente 24 das 27 unidades federativas do Brasil.
Ademais do trabalho contínuo de produção agroalimentar e articulação política acerca das questões relacionadas ao campo, o MST organiza em todo o país ocupações de terras improdutivas, principalmente de latifúndios, para reivindicar o cumprimento da Constituição Federal e a destinação das terras para fins de reforma agrária, cumprindo assim sua função social, sendo transformados em assentamentos de produção agroalimentar.
As feiras da reforma agrária, realizadas nos estados com atuação do MST, e os Armazéns do Campo, que oferecem produtos in natura e processados dos acampamentos e assentamentos da reforma agrária, representam vias de escoamento da produção.
Tupã! Em um sopro de ternura.
formulou a agricultura
para os filhos desse chão
Trovão rugiu, lá no alto do pasto.
quando a orvalho molha a roça
É perfeita a comunhão.
então surgiu o agressor.
A terra então sangrou.
o negro semeou resistência
Canudos despertou a insubordinação.
cada enxada levantada
A liberdade prosperava.
A ambição sobre a terra deserta.
Muitas pessoas se desesperam!
Ele que semeia o mal, colhe ambição.
Me dê, mãe, um pedacinho de chão. (2x)
Lavoura! Lavoura!
Mãos calejadas no cultivo da semente.
Lavoura! Lavoura! Floresce da terra.
a fé desta gente
Cultivar e semear o afeto.
proteger é cuidar desta chão
abraçar a nossa irmã
Em oposição à desigualdade.
recolher dignidade
Em cada gota de suor eu via.
nascer, desenvolver-se e confiar
A esperança reside no futuro.
e assim será…
Viver é compartilhar.
sem qualquer retorno e sem esperar nada em troca.
A festa está bombando, até o sol raiar.
dividamos este chão, para o nosso povo colher!
Tatuapé, me chame que eu vou!
Puxe o fole sanfoneiro, no toque do agogô! (2x)
Fonte por: Brasil de Fato
Autor(a):
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