Pesquisadores do Sírio-Libanês identificam 90 variações da proteína HER2 em câncer de mama, ampliando o conhecimento para tratamentos mais eficazes.
Pesquisadores brasileiros identificaram até então desconhecidas formas da proteína HER2 em câncer de mama, um avanço que contribui para entender a variedade de respostas aos tratamentos, mesmo os mais avançados. O estudo elevou o número de variações da proteína de 13 para 90 em tumores, revelando padrões distintos de domínios proteicos e de localização nas células, com novas áreas de ligação a anticorpos.
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Essa diversidade pode explicar a resistência a terapias que visam a forma padrão da proteína HER2, ampliando o conhecimento da doença e abrindo caminho para medicamentos mais direcionados.
O estudo, realizado pelo Hospital Sírio-Libanês, utilizou amostras de 561 tumores de mama disponíveis no The Cancer Genome Atlas, um banco de dados genômicos público dos Estados Unidos. Além disso, os pesquisadores trabalharam com linhagens celulares cultivadas em laboratório, que apresentavam resistência ou sensibilidade a drogas como trastuzumabe e conjugados anticorpo-fármaco (ADCs).
A equipe empregou tecnologias avançadas de leitura genética, permitindo detectar detalhes invisíveis em avaliações mais comuns e chegar ao maior número de versões de HER2 do que se sabia.
O splicing alternativo é um processo essencial na expressão gênica, responsável por aumentar a diversidade de versões de uma mesma molécula (no caso, a proteína HER2). As variações surgem de um único gene, mas apresentam pequenas diferenças em sua estrutura e função.
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Esse mecanismo está relacionado ao desenvolvimento de doenças genéticas e diversos tipos de tumores malignos. “Desde que entrei no grupo, há dez anos, tenho estudado com especial atenção o splicing alternativo. Nesse trabalho, conseguimos colocar foco em um mecanismo não tão explorado na prática clínica, mas que tem impacto em diferentes frentes, inclusive na resposta às terapias, como vimos no caso de HER2”, afirma a pesquisadora do Sírio-Libanês, primeira autora do artigo.
O câncer de mama é um dos tipos mais incidentes entre as mulheres no Brasil, sendo a principal causa de morte por tumor na população feminina. Em 2023, são estimados 73 mil novos casos, sendo o Sudeste a região com maior incidência. O tratamento padrão para tumores HER2-positivos combina quimioterapia com anticorpos que bloqueiam os sinais de crescimento da proteína, porém, essa terapia pode causar efeitos colaterais como náuseas, diarreia e queda dos glóbulos brancos.
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) aponta que o câncer de mama é um dos tipos mais incidentes entre as mulheres no Brasil.
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