Pele de peixe pode reverter cegueira: pesquisa inovadora no Ceará

Pesquisadores brasileiros desenvolvem técnica inovadora com pele de peixe para tratar cegueira e lesões na córnea. UFC e NPDM investigam Oreochromis niloticus

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(Imagem de reprodução da internet).

Pesquisadores brasileiros estão desenvolvendo uma técnica inovadora que utiliza a pele de peixe, especificamente a espécie Oreochromis niloticus, um peixe comum no Brasil, para tratar lesões na córnea e, potencialmente, reverter a cegueira. Essa pesquisa, conduzida pelo Núcleo de Pesquisa em Medicamentos (NPDM-UFC) da Universidade Federal do Ceará, abre caminho para novas opções de tratamento para problemas oculares graves.

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O processo envolve a remoção da pele do peixe, seguida de um processamento laboratorial para remover escamas e células, preservando a camada de colágeno. A membrana resultante é então aplicada sobre a córnea lesionada como um enxerto ou “curativo” pós-cirúrgico.

Essa membrana atua como um arcabouço protetor, estimula a produção de novas células, promove a reepitelização e é gradualmente absorvida pelo organismo.

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Testes realizados com mais de 400 cães demonstraram resultados positivos na recuperação da visão ou na prevenção da perda completa da função ocular. Esses resultados indicam o potencial da técnica para tratar lesões corneanas e, possivelmente, reverter a cegueira em humanos.

A pesquisa traz benefícios significativos: reduz o risco de cegueira, oferece uma alternativa mais acessível e barata aos tratamentos importados, e representa uma inovação na medicina veterinária e humana. No entanto, ainda há desafios a serem superados, como a necessidade de estudos clínicos em humanos, a padronização da fabricação do biotecido e a avaliação de questões éticas e regulatórias.

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Apesar do entusiasmo, é crucial reconhecer que a técnica ainda está em desenvolvimento. Estudos clínicos em humanos são essenciais para confirmar a segurança e eficácia do tratamento, bem como para identificar possíveis rejeições ou complicações.

A produção em larga escala do biotecido exige rigoroso controle de qualidade e esterilização. Além disso, questões éticas e regulatórias devem ser cuidadosamente consideradas antes da implementação da técnica.

A pesquisa com pele de peixe representa um avanço promissor na medicina ocular. Com os desafios superados e estudos clínicos bem-sucedidos, essa técnica pode transformar a vida de pacientes com lesões corneanas e, potencialmente, reverter a cegueira, oferecendo uma nova esperança para aqueles que sofrem com essa condição.

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