A COP30 e o Futuro Sustentável da Pecuária Brasileira
A Conferência das Partes da Trinta (COP30) trouxe à tona avanços significativos para o setor de pecuária brasileiro. Três temas se destacaram como pilares para um futuro mais sustentável: a recuperação de pastagens degradadas, a consolidação do selo Carne Baixo Carbono e as novas projeções sobre a redução de emissões do setor até 2050.
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Esses avanços representam uma mudança de paradigma, afastando a pecuária da imagem de vilão e posicionando-a como peça chave para a sustentabilidade.
Acordo Brasil-Japão e Recuperação de Pastagens
Um dos acordos mais promissores da COP30 é o projeto em parceria entre Brasil e Japão, envolvendo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O projeto utiliza dados de satélites japoneses, análise da saúde do solo e avaliação econômica para identificar áreas de pastagens em situação crítica e orientar sua recuperação.
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O objetivo é transformar áreas improdutivas em sistemas produtivos e sustentáveis, sem a necessidade de abrir novas fronteiras. Essa iniciativa representa uma ferramenta valiosa para os produtores, permitindo um diagnóstico mais preciso do solo e direcionando o investimento para práticas que aumentem a produtividade.
Selo Carne Baixo Carbono: Certificação e Valorização
Outro avanço importante é o selo Carne Baixo Carbono, desenvolvido pela Embrapa. O selo certifica propriedades que atendem a 20 critérios mínimos, prometendo valorização e retorno econômico ao produtor. Dados da nova calculadora de carbono da Embrapa indicam que propriedades que adotam o protocolo devem reduzir em média 35% a intensidade das emissões.
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O modelo já possui 700 fazendas mapeadas com potencial de adesão e sua expansão para outras cadeias, começando pela soja em 2026, é um passo crucial para a transparência e confiança do consumidor.
Projeções de Redução de Emissões até 2050
As novas projeções apresentadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) são extremamente animadoras. Se o ritmo atual de adoção de práticas eficientes for mantido, a pecuária brasileira pode reduzir em 79,9% as emissões de CO₂ por quilo de carne até 2050.
Com medidas adicionais, como a recuperação acelerada de pastagens, essa redução pode chegar a 92,6%. Esses resultados reforçam o aumento de produtividade do setor, que cresceu 183% entre 1990 e hoje, ao mesmo tempo em que reduziu em 18% a área ocupada por pastagens.
Um Futuro Promissor para a Pecuária Brasileira
Os avanços apresentados na COP30 demonstram que a pecuária brasileira está empenhada em construir um futuro mais sustentável, propondo soluções e apresentando números consistentes. A recuperação de pastagens degradadas, o selo Carne Baixo Carbono e as novas projeções de redução de emissões são partes de um mesmo movimento, que demonstra que a pecuária brasileira está avançando não apenas na redução de emissões, mas também fortalecendo a produtividade e a competitividade do setor.
