Na véspera da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o ministro da Fazenda, Paulo Haddad, declarou nesta terça-feira, 4 de novembro de 2025, que, caso fosse diretor do Banco Central, votaria pela redução dos juros básicos da economia, atualmente em 15% ao ano.

O colegiado se reunirá na quarta-feira, 5 de novembro de 2025, para definir o próximo patamar da Selic.

Argumentos a Favor da Queda

Haddad defendeu que existem elementos suficientes para iniciar o ciclo de cortes, ao participar da cerimônia de abertura do “Bloomberg Green Summit”, em São Paulo. Ele enfatizou que uma taxa de 10% de juro real não sustenta a capacidade de produção do país, considerando o impacto da inflação.

Visão Favorável à Economia Brasileira

O ministro da Fazenda afirmou que o Brasil está em uma situação muito melhor do que os analistas internos supõem e em uma posição mais vantajosa em comparação com outros países da América do Sul. Ele citou indicadores positivos, como a taxa de câmbio abaixo de R$ 5,40, apesar das previsões pessimistas do mercado financeiro.

Expectativas de Inflação e Meta

Haddad expressou a expectativa de que a inflação permaneça dentro da meta ainda em 2025. O Boletim Focus de segunda-feira, 4 de novembro de 2025, mostrou que a projeção dos economistas para a taxa do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) foi de 4,5%, um ponto percentual acima do teto da meta.

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Defesa da Racionalidade e Pressão sobre o BC

Haddad ressaltou que a inflação, que antes era projetada para estar dentro da meta em 2027, deverá estar dentro da meta neste ano. O Banco Central, por sua vez, previa que a inflação voltaria para o intervalo da meta no primeiro trimestre de 2026.

O ministro defendeu a necessidade de “razoabilidade”, alertando que uma política monetária excessivamente restritiva pode se tornar prejudicial. Ele enfatizou que, mesmo com a pressão dos bancos para que o Banco Central não reduza a taxa de juros, essa redução é inevitável, dada a inflação de 4,5%.