Paul McCartney revela detalhes de crise existencial após fim dos Beatles. Cantor relata rumores de morte e substituição, em novo livro.
O cantor Paul McCartney, 83 anos, compartilhou detalhes de uma profunda crise existencial que enfrentou após o encerramento dos Beatles, em 1970. Em seu livro de memórias, “Wings: The Story of a Band on the Run”, o artista relata essa fase turbulenta de sua vida, marcada por rumores de sua morte em um acidente de carro e a substituição por um sósia.
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A autobiografia detalha a teoria conspiratória “Paul está morto”, que ganhou força em 1966 e intensificou-se três anos depois, quando fãs acreditaram que a banda havia substituído o cantor por um impostor. “O boato mais estranho começou a circular justamente quando os Beatles estavam se separando: o de que eu estava morto.
Já tínhamos ouvido o rumor muito antes, mas, de repente, no outono de 1969, ele ganhou vida própria, a ponto de milhões de pessoas ao redor do mundo acreditarem que eu realmente tinha morrido”, recordou o britânico.
Mais de 50 anos depois, McCartney enxerga a separação do grupo de Liverpool – que incluía George Harrison (1943-2001) e Ringo Starr – como uma “morte simbólica”. “Agora que já se passou mais de meio século desde aqueles tempos realmente loucos, começo a achar que os rumores eram mais verdadeiros do que pareciam na época.
De muitas maneiras, eu estava morto… um jovem de 27 anos, prestes a se tornar ex-Beatle, afundando em um mar de disputas judiciais e pessoais que sugavam minha energia, precisando de uma completa reestruturação de vida.”
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O artista e sua esposa, Jane Asher (1941-1998), decidiram deixar Londres em meio à turbulência. “Estávamos cientes do poder da fofoca e do absurdo dessas histórias”, escreveu ele. A mudança para uma fazenda na zona rural da Escócia foi vista como necessária para sua saúde emocional.
“O velho Paul já não era o Paul novato. Pela primeira vez em anos, eu me senti livre, de repente liderando e dirigindo minha própria vida. Eu não percebia, naquele momento, que estava me afastando da longa sombra lançada pelos Beatles, mas era exatamente isso que estava fazendo.”
McCartney, que continua ativo e se apresentou no Brasil em 2024 com a turnê “Got Back”, relembrou o início de sua nova fase musical. Em 1971, lançou o álbum “Ram” com Linda e o baterista Denny Seiwell, antes de formar o grupo Wings, ao lado da esposa e do guitarrista Denny Laine, ex-integrante do Moody Blues.
A recepção inicial foi negativa. A revista Rolling Stone considerou “Ram” “incrivelmente irrelevante”. “Fiquei deprimido. Estava sendo atacado por todos, e isso faz você se questionar se ainda tem talento. Pensava: ‘Será que ainda consigo fazer isso?
Será que consigo gravar um disco decente?’ Levei as críticas tão a sério que considerei desistir várias vezes”, admitiu McCartney.
Entretanto, o Wings se tornou um fenômeno global, com álbuns como “Band on the Run” (1973) e “Venus and Mars” (1975). Em 1977, o single “Mull of Kintyre” bateu recordes e se tornou o primeiro da história a vender mais de dois milhões de cópias no Reino Unido.
O livro, que será lançado no dia 4 de novembro, promete retratar como Paul reinventou a própria identidade fora da maior banda do mundo.
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