Parlamento Europeu aprova proteção para agricultores do Mercosul no acordo comercial

Parlamento Europeu oficializa proteção para agricultores do Mercosul em negociações do acordo comercial. Decisão crucial na Cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu

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(Imagem de reprodução da internet).

O Parlamento Europeu oficializou nesta terça-feira (16) uma proteção específica para os agricultores do Mercosul, um passo crucial para a assinatura do acordo comercial. Essa decisão ocorreu em um momento significativo, coincidente com a Cúpula do Mercosul, que será realizada em Foz do Iguaçu, no Paraná.

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Análises de especialistas em diplomacia brasileira indicam que a inclusão dessa proteção pode diminuir as divergências no Conselho Europeu, facilitando a aprovação final do acordo. O Conselho Europeu tem até quinta-feira (18) para concluir o voto sobre o tratado, conforme informações da Dinamarca, que atualmente lidera a União Europeia.

Para que o acordo seja aprovado, é necessário o apoio de pelo menos 55% dos países membros da UE (15 dos 27), o que representa no mínimo 65% da população do continente. A viabilidade política do acordo na Europa não elimina, no entanto, potenciais obstáculos.

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As salvaguardas aprovadas podem restringir o acesso do Mercosul ao mercado europeu. O Itamaraty já classificou o mecanismo como “preocupante”. A embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério de Relações Exteriores, destacou que “até então, o acordo não incluía esse tipo de medida”.

Em prática, as salvaguardas podem ser ativadas quando as importações de produtos agrícolas sensíveis, como aves ou carne bovina, aumentarem em média 5% ao longo de três anos. A Comissão Europeia havia proposto 10% ao ano inicialmente. Além disso, os eurodeputados estabeleceram prazos mais curtos para investigações.

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Os prazos para investigações gerais foram reduzidos de seis para três meses, e para produtos sensíveis, de quatro para dois meses. A ideia é que as salvaguardas possam ser implementadas mais rapidamente. Uma emenda aprovada prevê a abertura de investigações e a adoção de medidas de salvaguarda sempre que houver evidências de que importações com preferências tarifárias não atendem aos requisitos ambientais, de bem-estar animal, saúde ou proteção laboral da UE.

Gabriel Mato, relator permanente do Parlamento para o Mercosul, afirmou: “Essas salvaguardas melhoram significativamente a forma como o regulamento funcionará, garantindo maior proteção aos nossos agricultores e um quadro de implementação mais confiável”.

A posição do Parlamento Europeu foi aprovada por 431 votos a favor, 161 contra e 70 abstenções. As negociações com o Conselho sobre a forma final da legislação podem acontecer já na quarta-feira (17).

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