Paraíba lança, em agosto, jornada de alfabetização de jovens e adultos em periferias, com 75 turmas
As aulas prosseguirão até dezembro em João Pessoa, Cabedelo, Bayeux e Santa Rita, utilizando o método cubano ‘Sim, Eu Posso’.

A Paraíba iniciará, na segunda-feira (18), uma mobilização histórica contra o analfabetismo. É a Jornada de Alfabetização de Jovens e Adultos nas Periferias, promovida pelo coletivo Mãos Solidárias em parceria com o Governo Federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O projeto contempla 75 turmas distribuídas em João Pessoa, Cabedelo, Bayeux e Santa Rita, com foco em bairros periféricos dessas localidades.
Realizar-se-ão 65 aulas, quatro vezes por semana, com duas horas de duração, até dezembro deste ano. Na capital, as atividades estarão disponíveis nos bairros Castelo Branco, Bancários, Timbó, Gramame, José Américo, Roger, Cristo, Rangel, Costa e Silva, Mangabeira, Valentina e Mucumagro, entre outros.
O programa articula o Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo e Qualificação na Educação de Jovens e Adultos, envolvendo união, estados e municípios, juntamente com organizações da sociedade civil e organismos internacionais.
A coordenadora estadual da Jornada de Alfabetização, Mirna Lomanto, aponta que aproximadamente 15% da população paraibana não consegue ler um bilhete, o que representa o dobro da média nacional.
Na Paraíba, 15% da população não sabe ler um bilhete simples, o dobro da média nacional. Compreendemos que é necessário construir meios e ferramentas para letrar essa população não apenas para que conheça os números ou o alfabeto, mas para que possa ler o mundo, compreender sua realidade e, a partir da construção coletiva e da participação ativa, superar as condições de desigualdade histórica. Foi assim que Cuba eradicou o analfabetismo e sistematizou o método “Sim, Eu Posso”, exportado para diversos países e responsável por alfabetizar milhões de pessoas. Agora, chegou a nossa vez de esperar, comenta Lomanto.
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Ela ressalta o caráter popular e regional da iniciativa. “O analfabetismo no Brasil não é mero acaso ou coincidência, mas sim um projeto de exclusão e marginalização, historicamente construído pela burguesia, para manter a classe trabalhadora sob as condições desiguais que condicionam o nosso país. A jornada acontece em todos os estados do Nordeste, em Minas e em São Paulo. Estamos animados de iniciar esse processo e confiantes de que, ao final do ano, poderemos celebrar a construção coletiva e a superação de problemas que parecem individuais, mas têm origem social. Vamos juntos, pois sim, nós podemos”, enfatiza Lomanto.
Para Débora Mendonça, coordenadora do Mãos Solidárias no estado, a jornada representa um esforço coletivo para transformar a realidade. A iniciativa visa fortalecer a superação do analfabetismo no Brasil a partir do trabalho de educação e organização popular que o Mãos Solidárias vem desenvolvendo nos últimos cinco anos em diversos territórios periféricos do país. O analfabetismo é um problema social, historicamente construído para manter desigualdades. Acreditamos que as soluções também precisam ser coletivas. Esta jornada é fruto da união de movimentos populares e parceiros comprometidos em oferecer educação e dignidade a quem foi privado desse direito.
Fonte por: Brasil de Fato