Paraíba: Homem morre após suspeita de intoxicação por metanol em Campina Grande
Homem de 32 anos falece em Campina Grande após consumo de álcool. Últimas notícias e informações no Poder360.

Intoxicação por Metanol: Um Caso Trágico em Campina Grande
Um homem de 32 anos, Francisco Rariel Dantas, faleceu em Campina Grande (PB) em 4 de outubro de 2025, após suspeita de intoxicação por metanol. Este é o primeiro caso suspeito registrado na Paraíba.
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A vítima foi internada na 6ª feira (3.out) com quadro clínico grave e sintomas compatíveis com suspeita de intoxicação por bebida alcoólica adulterada. Ele havia consumido bebida alcoólica 3 dias antes da internação. O caso levanta sérias preocupações sobre a segurança alimentar e a qualidade das bebidas disponíveis no mercado.
Equipes da Polícia Civil e da Agência Estadual de Vigilância Sanitária foram enviadas a Baraúna, cidade de origem do paciente, para investigar a origem da bebida consumida e implementar medidas de controle sanitário na região. As autoridades ainda não identificaram a procedência exata da bebida nem divulgaram se há mais casos suspeitos na área.
A Secretaria de Saúde da Paraíba instituiu um Grupo de Trabalho Interdisciplinar para o fortalecimento das ações de inspeção, fiscalização e monitoramento relacionadas à possível circulação de bebidas alcoólicas adulteradas. O grupo é composto pela Agência Estadual de Vigilância Sanitária, Procon Estadual, Polícia Civil, Instituto de Polícia Científica, Ministério da Agricultura e Pecuária e Centro de Informação e Assistência Toxicológica.
O que é Metanol?
O metanol, também conhecido como álcool metílico (CH₃OH), é uma substância química altamente tóxica, volátil e inflamável. Trata-se de um álcool simples, incolor, de odor semelhante ao da bebida alcoólica comum. A ingestão, inalação ou contato prolongado com o metanol pode provocar sintomas imediatos, como náusea, tontura, vômito e depressão do sistema nervoso central.
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Efeitos no Organismo
O perigo maior da ingestão de metanol aparece nos efeitos tardios. O metanol é metabolizado no organismo em formaldeído e ácido fórmico, este último responsável por causar acidose metabólica — um grave desequilíbrio do pH sanguíneo. Os sintomas incluem: respiração acelerada, aumento da frequência cardíaca, dor abdominal persistente e danos à visão, que podem evoluir para cegueira irreversível.
Diagnóstico e Tratamento
De acordo com a Abno (Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia), o diagnóstico deve ser feito a partir da história clínica do paciente e por exames de sangue e de imagem. Em caso de suspeita de ingestão ou contato prolongado com metanol, não induza o vômito e encaminhe a pessoa com urgência para o hospital. Quanto mais cedo forem realizados o diagnóstico e o tratamento, menor é o risco de morte ou de sequelas graves. O tratamento é feito com medicamentos intravenosos (fomepizol) que, assim como o etanol, podem inibir o metabolismo do metanol, evitando a formação do ácido fórmico, causador das sequelas mais graves. O paciente pode ser submetido à lavagem gástrica e hemodiálise.
A Risco da Adulteração
Segundo o Conselho Federal de Química, o problema surge quando o metanol é usado de forma criminosa na adulteração de bebidas alcoólicas.
Prevenção e Controle
Para evitar intoxicações, recomenda-se: verificar a procedência das bebidas compradas, desconfiar de preços muito abaixo do mercado e não consumir produtos sem registro oficial. A fiscalização rigorosa de órgãos governamentais e as análises laboratoriais periódicas feitas por profissionais da química são essenciais para identificar contaminantes, garantir a qualidade dos produtos e conscientizar a população sobre os riscos do consumo de bebidas adulteradas.