Um novo estudo do MapBiomas revelou que, em 2024, 45,6% da vegetação nativa do bioma Pampa estava sob o impacto de atividades humanas. A pesquisa apontou que a área total ocupada atingiu 8,8 milhões de hectares, representando um aumento de 76% em comparação com 1985.
Principais Causas da Ocupação
Os principais fatores que contribuíram para essa expansão foram o uso agrícola, o manejo florestal (silvicultura), além de áreas urbanas e atividades de mineração. A cultura da soja se destacou como uma das principais atividades responsáveis por essa ocupação.
Impacto da Expansão
A expansão da ocupação se manifestou em 3,8 milhões de hectares, impactando significativamente a vegetação campestre, que é característica do bioma Pampa. Entre 1985 e 2024, a área de campo nativo do Pampa diminuiu em aproximadamente 3,9 milhões de hectares.
Perda Significativa em Quatro Décadas
Essa perda representa 19,4% do bioma e uma redução de 30% em relação a 1985, sendo considerada a maior queda observada nos últimos 40 anos em todos os biomas brasileiros. A transformação das paisagens do Pampa, com a perda acumulada de vegetação nativa, exige uma análise cuidadosa sobre o futuro do bioma.
“Esse nível de transformação das paisagens do Pampa, com grandes perdas acumuladas de vegetação nativa, demanda uma reflexão sobre o futuro do bioma”, afirma Heinrich Hasenack, coordenador da pesquisa no Pampa do MapBiomas.
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Proteção Ambiental Limitada
Adicionalmente, o bioma Pampa apresenta a menor proporção de unidades de conservação no Brasil, com apenas 3% do território protegido. O bioma se estende por 83,3 milhões de hectares, distribuídos entre Argentina, Brasil e Uruguai, sendo a maior parte localizada na Argentina, com o restante dividido entre os dois países sul-americanos. No Brasil, o bioma se restringe ao Rio Grande do Sul.
O bioma é caracterizado por uma vegetação herbácea nativa, composta por gramíneas e ervas, com uma grande diversidade de espécies, podendo encontrar-se mais de 50 espécies em um único metro quadrado de campo. A vegetação nativa é importante para o equilíbrio ecológico e para a proteção do bioma contra os efeitos das mudanças climáticas.