Ozempic: Como emagrecer com a caneta e se encaixar no orçamento
Medicamento, que custa mais do que um salário mínimo e duas cestas básicas, se tornou febre nos últimos anos.

Canetas Emagrecedoras: Um Fenômeno com Desafios Financeiros
As “canetas emagrecedoras”, como Ozempic e Mounjaro, representam um fenômeno no mercado de saúde. Inicialmente desenvolvidas para o tratamento de diabetes, devido à sua capacidade de emular o hormônio GLP-1, essas canetas têm sido amplamente utilizadas no tratamento da obesidade, tornando-se um desejo para muitas pessoas com excesso de peso.
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Preços Elevados e o Impacto no Orçamento
Apesar do crescente interesse, o preço elevado dessas medicações ainda é um obstáculo para o acesso da população. Uma rápida pesquisa online revela que um kit com quatro canetas de Mounjaro, para um mês de tratamento, custa, no mínimo, R$ 1.400.
Este valor equivale a quase o salário mínimo (R$ 1.518,00) e a duas cestas básicas no estado de São Paulo (a mais cara do Brasil, com R$ 850,84). Apesar disso, as vendas desses medicamentos superaram a marca de R$ 6 bilhões por ano, com projeções de ultrapassar US$ 150 bilhões até 2030, impulsionando a expansão da indústria farmacêutica.
Recomendações de Especialistas para o Planejamento Financeiro
André Bobek, especialista em planejamento financeiro, sugere que o gasto com canetas emagrecedoras não deve exceder 5% do orçamento mensal. Ele desaconselha o parcelamento, argumentando que a compra à vista oferece um desconto maior e evita dívidas de longo prazo.
A médica endocrinologista Diana Viegas Martins ressalta que, devido ao caráter crônico de ambas as condições (diabetes e obesidade), o uso contínuo dos medicamentos é fundamental para alcançar os objetivos, seja a perda de peso ou o controle da glicemia. Parcelar a compra, segundo ela, aumenta a probabilidade de o tratamento ser interrompido antes do pagamento integral, levando a um novo desembolso para a continuidade.
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Milene Dellatore, especialista em finanças e investimentos, alerta que a necessidade de uso contínuo pode gerar um custo mensal próximo a um aluguel, reforçando a importância de um planejamento financeiro cuidadoso.
Opções Mais Acessíveis e a Evolução do Mercado
O planejamento financeiro para o uso de canetas emagrecedoras começa no consultório médico. Diana Viegas reconhece que o preço de novos produtos tende a ser superior ao dos anteriores, e que mesmo o mais barato ainda é inacessível para grande parte da população.
Medicamentos à base de liraglutida, o precursor do Ozempic, já estão disponíveis em versão genérica. O Olire, da EMS, custa R$ 760,61 por três canetas, enquanto o Lirux, indicado para diabetes tipo 2, chega com preço de R$ 507,07 por kit de duas canetas.
A semaglutida, substância do Ozempic, em versão oral (Rybelsus), é mais econômica que os injetáveis, com preços na casa dos R$ 500.
Os preços mais elevados podem atingir R$ 4.202,50 (tirzepatida, Mounjaro, em dosagens mais altas) ou R$ 2.666,62 (Wegovy, mesma substância do Ozempic). A expectativa é que, com a expiração das patentes, a entrada de biossimilares reduza os custos, facilitando o acesso a esses medicamentos.