Ouros e outros metais preciosos se destacam como refúgio seguro em cenário de inflação elevada e pressão sobre o Federal Reserve.
O mercado de ouro testemunhou um movimento significativo nos últimos meses, com o metal precioso se destacando como um forte concorrente do dólar. Na madrugada de quarta-feira, 8, o ouro alcançou um marco histórico, atingindo pela primeira vez na história o valor de US$ 4 mil por onça.
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Analistas apontam que o desempenho positivo do ouro é resultado da busca global por ativos de proteção, impulsionada pela instabilidade econômica global, incluindo a paralisação do governo dos Estados Unidos, a inflação elevada e as tensões geopolíticas. Esse cenário representa o melhor desempenho do ouro desde a década de 1970.
No ano, o ouro registrou uma alta acumulada de 53,52%, enquanto o dólar acumulou uma queda de 7,5% até outubro, conforme dados do Bloomberg Dollar Spot Index.
O movimento do ouro ocorre em um contexto de crescente descrença no dólar.
Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates, considera o ouro “certamente” mais seguro do que a moeda norte-americana. Durante o Greenwich Economic Forum, em Connecticut, Dalio recomendou uma alocação de cerca de 15% em ouro na carteira de investimentos.
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Ken Griffin, bilionário da Citadel, também atribui o avanço do metal à desconfiança em relação ao dólar.
O cenário remete ao período em que o ouro disparou 15 vezes após a quebra do lastro em ouro e pressões políticas sobre o Fed.
Com o ouro consolidando um novo patamar, bancos como Goldman Sachs e UBS elevaram suas projeções. A Goldman espera que o metal atinja US$ 4.900 até dezembro de 2026.
Compras institucionais impulsionam nova fase do rali. Analistas apontam que o movimento de alta é sustentado por compras consistentes de bancos centrais, que se tornaram compradores líquidos após a crise financeira de 2008. A aquisição se intensificou após o congelamento das reservas russas em 2022, levando diversos países a reavaliar sua exposição ao dólar.
Somente em setembro, os fundos de índice (ETFs) lastreados em ouro tiveram o maior volume de entradas em mais de três anos. “A quebra da barreira dos US$ 4.000 não se trata apenas de medo, mas de realocação de capital”, afirmou Charu Chanana, estrategista da Saxo Capital Markets, em entrevista à Bloomberg.
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