Oposição destoca declarações do governador do Distrito Federal acerca da aquisição do Banco Master

Governador do Distrito Federal afirmou que a rejeição do Banco Central pode afetar o sistema financeiro.

10/09/2025 14:58

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Oposição destoca declarações do governador do Distrito Federal acerca da aquisição do Banco Master
(Imagem de reprodução da internet).

Deputados da oposição manifestaram críticas à declaração do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), sobre a insatisfação em relação à postura negativa do Banco Central (BC) na aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB).

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Em evento nos Estados Unidos, o petista declarou aos jornalistas que estava preocupado com a integridade do sistema financeiro brasileiro caso não haja uma solução para a transação. Ele avaliou que o cenário é difícil de comentar porque o Banco Central não justificou as razões do veto da compra até então. “Só vamos poder nos aprofundar um pouco mais na resposta ou saber se vamos corrigir a operação para continuar acolhendo aquilo que o Banco Central indicar ou se a operação realmente é totalmente inviável”, pontuou.

Caso a negociação se mostre inviável, o governador indicou que serão consideradas outras alternativas. “Se for inviável, pararemos e trabalharemos de fato outras oportunidades para que o Banco de Brasília possa avançar e continuar crescendo”, concluiu.

A atitude do governador Ibaneis gerou reação negativa entre os parlamentares da oposição. “O governador do Distrito Federal, que mais uma vez não está no Distrito Federal, proferiu um discurso nos Estados Unidos, manifestando grande preocupação com a saúde financeira do Banco Master. Ele deveria estar atento aos problemas do Distrito Federal, como a saúde e a educação. Na realidade, ele busca apenas auxiliar seu amigo, proprietário do Banco Master”, declarou o deputado distrital Gabriel Magno (PT-DF).

O deputado Max Maciel (Psol-DF) afirmou que a negociação pode ter resultado de um acordo “bem amarrado” pelo chefe do executivo. “Eu nunca vi um lobista tão forte a favor de um banco privado como o governador do DF. Ele deve ter feito um acordo muito bem amarrado e agora está com a faca no pescoço para cumprir o acordo que fez. Ele disse que não vai desistir de comprar um banco que está cheio de complicações. Se ele tivesse a mesma disposição para resolver o problema da saúde, não faltaria médico e enfermeiro nas unidades de saúde do DF”, destacou.

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<p>Para o distrital Fábio Felix (Psol-DF) o governador assumiu expressamente que a operação de compra tinha como objetivo atender interesses privados. “O governador cometeu um sincericídio. Ele falou simplesmente que a negativa da compra geraria transtorno para o sistema financeiro. Ora, eles disseram que a compra não era uma operação de salvamento do Banco Master, mas sim um investimento do BRB. No auge do seu sincericídio, ele falou a verdade. O motivo para a compra do Banco Master tinha a ver com interesses privados para salvar um banco falido. Queremos saber quais interesses motivaram essa operação feita pelo BRB. Está muito claro que não tem relação com interesse público”, apontou.</p>

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) também comentou sobre a declaração do governador. De acordo com ela, Ibaneis admitiu que o Banco Master é uma instituição “em falência”.

<p>“Ao olhar a declaração de Ibaneis sobre o Banco Master, fico absolutamente indignada. Ali ele reconhece que o Banco Master é um banco falido, e que diz que a falência do Banco Master ou a dificuldade financeira pode ter repercussões no conjunto do sistema financeiro. Ninguém no mercado financeiro está falando sobre isso”, criticou. </p>

A parlamentar ainda ressaltou que o governo deveria estar atento à saúde da população e fortalecer o BRB. “O que nos resta a dúvida é porque o Ibaneis se preocupa com o Banco Master, mais do que se preocupa com o povo do Distrito Federal, mais do que se preocupa com a instituição que é tão importante para a nossa gente que é o Banco de Brasília”, indagou.

Controvérsias na negociação.

Nas últimas semanas, surgiram denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o banco Master. O Master é alvo da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e é acusado de aplicar golpes em aposentados e pensionistas.

Ademais, o nome do banco surge na Operação Carbono Oculto, desencadeada em 28 de agosto pela Polícia Federal em parceria com o Ministério Público Federal, o Ministério Público de São Paulo e a Receita Federal. A investigação evidenciou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro ligado ao PCrel, além de fraudes, sonegação fiscal e adulteração de combustíveis.

As acusações intensificaram a pressão pela suspensão da aquisição do Master pelo BRB. A transação suscitou suspeitas de crimes, conflitos de interesse e riscos de movimentação de recursos ilícitos. No dia 4 de setembro, o BC rejeitou a compra. A negociação estava em análise pela instituição desde março e representava a última etapa regulatória indispensável para que a operação prosseguisse. O Banco Central ainda não se manifestou publicamente sobre a decisão.

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Fonte por: Brasil de Fato

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