Mortes no Complexo da Penha Levantam Questionamentos Sobre Operação Policial
A manhã de quarta-feira (29) no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, foi marcada por um cenário de grande sofrimento. Moradores da comunidade transportaram dezenas de corpos para a Praça São Lucas, um dia após a região ter sido palco da operação policial mais letal já registrada no estado.
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As vítimas, segundo relatos, foram encontradas em uma área de mata na Serra da Misericórdia, local de intensos confrontos na véspera. A Operação Contenção foi deflagrada na terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, com o objetivo de cumprir mandados de prisão contra membros de uma facção criminosa.
O balanço oficial divulgado pelo governo estadual aponta para 64 mortes, incluindo quatro policiais. No entanto, ainda não há confirmação se os corpos levados para a praça estão incluídos nesta contagem, o que pode elevar drasticamente o número total de vítimas da operação.
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Durante a madrugada e o início da manhã, os próprios moradores realizaram a retirada dos corpos da mata, utilizando caminhonetes e outros meios improvisados para levá-los até a praça. No local, uma longa fileira de corpos, cobertos por lonas e lençóis, foi formada, enquanto familiares e amigos se aproximavam em busca de informações e para a difícil tarefa de reconhecimento.
A atmosfera era de profundo silêncio e consternação, contrastando com o som de tiros e explosões que dominaram a região no dia anterior.
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Megaoperação Resulta em Prisões e Apreensão de Armas
Ativistas e lideranças comunitárias que acompanham a situação denunciam o que classificam como um “massacre”. A pedido dos familiares, os corpos foram exibidos à imprensa antes de serem novamente cobertos, como forma de registrar a violência do ocorrido.
A comunidade agora aguarda a chegada do Instituto Médico-Legal (IML) para a remoção e identificação oficial das vítimas.
Crise na Segurança Pública do Rio
A megaoperação, que mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar, resultou também na prisão de 81 pessoas e na apreensão de 42 fuzis. O episódio gerou uma crise na segurança pública do Rio, levando a interdições de vias importantes e impactando o transporte público.
A cidade chegou a entrar em estágio de “risco de ocorrência de alto impacto”.
Em resposta à crise, o presidente convocou uma reunião de emergência com ministros para discutir a situação da segurança no Rio de Janeiro.
