Operação em Moggio Udinese desmantela rede de fraudes com comprovantes de residência. Polícia italiana investiga esquema desde 2018, com brasileiros
Uma operação policial na Itália resultou no desmantelamento de uma rede criminosa especializada em fraudar comprovantes de residência para cidadãos brasileiros. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, 28, pela agência de notícias italiana Ansa.
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A investigação ocorreu na cidade de Moggio Udinese, situada perto da fronteira com a Áustria, e identificou atividades fraudulentas desde 2018.
As autoridades revelaram que o esquema envolvia a falsificação de comprovantes de residência de 84 brasileiros que não residiam nos locais indicados. O objetivo era facilitar a obtenção de documentos necessários para acelerar o processo de naturalização italiana.
A fraude permitia aos beneficiários contornar os procedimentos habituais nos consulados, obtendo a cidadania em um período reduzido.
O esquema explorava uma legislação que simplificava a naturalização de indivíduos com ascendência italiana que optavam por residir na Itália. Essa facilidade era buscada por uma parcela minoritária de latino-americanos. A polícia italiana denunciou seis indivíduos por falsidade ideológica, incluindo servidores públicos envolvidos na operação.
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As investigações apontaram que o esquema era liderado por uma mulher albanesa de 61 anos e um homem brasileiro de 54 anos. Os criminosos falsificavam contratos de aluguel, documentos e organizavam viagens à Itália para concluir o processo de cidadania.
Os brasileiros que se beneficiaram da fraude pagavam cerca de € 6.000 (aproximadamente R$ 37 mil) por cada comprovante de residência falso, com a opção de pagamento adicional para evitar viagens à Itália.
A rede criminosa movimentou um total de mais de € 500 mil (cerca de R$ 3 milhões). Esquemas semelhantes já haviam sido desmantelados anteriormente na Itália. O país adota o princípio do jus sanguinis, que concede a cidadania com base no sangue (ascendência), ao contrário do jus soli, comum em países da América Latina, onde a nacionalidade é determinada pelo local de nascimento.
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