Retomada de Sanções da ONU Contra o Irã
As sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o Irã serão restabelecidas neste sábado (27), após o fracasso das negociações entre vários países europeus, que exigem garantias sobre o programa nuclear, e Teerã, que considera a decisão ilegal. O grupo de países denominado E3 – Reino Unido, França e Alemanha – ativou o mecanismo de “snapback” no final de agosto, que permite o restabelecimento, em até 30 dias, das sanções suspensas em 2015 após um acordo sobre o programa nuclear iraniano.
Foco na Ameaça Nuclear Iraniana
Após a aprovação do Conselho de Segurança da ONU e o fracasso da Rússia e da China em adiar o prazo na sexta-feira, várias sanções severas, que vão desde um embargo de armas a medidas econômicas, serão restabelecidas na noite deste sábado, salvo uma reviravolta de última hora. A embaixadora britânica na ONU, Barbara Woodward, declarou que “a escalada nuclear do Irã, detalhada em mais de 60 relatórios da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nos últimos seis anos, é uma ameaça à paz e à segurança”.
Condições da Tríade Europeia
A tríade europeia E3 acredita que Teerã não fez “gestos concretos” para tranquilizar sobre a natureza de seu programa nuclear. Eles estabeleceram três condições: retomada das negociações com os Estados Unidos, acesso dos inspetores da AIEA às instalações nucleares de Natanz, Fordo e Isfahan, e um processo para garantir a segurança das reservas de urânio enriquecido. O Irã suspendeu as relações com a agência da ONU após a guerra de 12 dias com Israel em junho, mas aceitou uma nova estrutura de cooperação no início de setembro.
Reação Iraniana e Perspectivas
O presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, disse a repórteres em Nova York neste sábado que os Estados Unidos pediram ao seu país que desistisse de todo o seu urânio enriquecido em troca de uma moratória de três meses nas sanções. O Irã considera o processo de restabelecimento de sanções ilegal, assim como Rússia e China, que propuseram, sem sucesso, ao Conselho de Segurança da ONU na sexta-feira uma extensão de seis meses do acordo nuclear com o Irã, que expira em 18 de outubro. O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, acusou os americanos e europeus de “má-fé” e prometeu que seu país “nunca cederá à pressão”, embora tenha deixado a porta aberta para negociações.