Especialista da Oliveira Trust avalia: empresas de diversos setores veem instrumento como alternativa para financiar projetos.
O mercado de capitais brasileiro tem demonstrado um crescimento notável na utilização das Notas Comerciais (NCs) como ferramenta para captar recursos. Especialistas apontam que essa tendência reflete a busca por alternativas de financiamento mais rápidas e a possibilidade de obter benefícios fiscais através de emissões diversificadas.
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No segundo trimestre de 2025, as emissões de valores mobiliários no Brasil atingiram R$378,9 bilhões, conforme dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Notas Comerciais e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) apresentaram um avanço de 24%, passando de R$ 77 bilhões para R$ 95,5 bilhões.
A B3 reforça essa tendência. Até julho, o volume emitido em notas comerciais já se aproximava do total registrado em todo o ano anterior, indicando uma consolidação definitiva desse instrumento no mercado.
O avanço das Notas Comerciais é resultado de uma combinação de fatores estruturais. A elevação das taxas de juros tem direcionado investidores a concentrar seus recursos em emissores recorrentes e com boa qualidade de crédito.
“Isso reflete a sofisticação crescente do mercado de capitais brasileiro, que se torna mais diversificado e acessível”, afirma José Alexandre, CEO da Oliveira Trust. A Lei nº 14.195/2021 contribuiu significativamente, permitindo a inclusão de garantias reais e a obrigatoriedade da contratação do Escriturador, oferecendo o título executivo extrajudicial ao credor.
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Essa lei ampliou a segurança jurídica das operações, enquanto a digitalização dos processos substituiu as antigas cártulas físicas por registros eletrônicos, reduzindo custos e prazos. A maior flexibilidade das emissões, com prazos moduláveis e possibilidade de amortizações parciais, completa o cenário que impulsiona o crescimento desse instrumento no mercado de capitais.
Segundo o Boletim de Renda Fixa e Derivativos da Anbima (agosto/2025), as Notas Comerciais já representam cerca de 14% das emissões de dívida corporativa no Brasil, ocupando a segunda posição entre os instrumentos mais utilizados, atrás apenas das Debêntures. “Empresas de diferentes setores enxergam nesse instrumento uma alternativa eficiente para financiar projetos, otimizar fluxo de caixa e reduzir custos”, conclui Alexandre.
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