“Chip 31 Anos” da Oi: promessa ousada de ligações grátis marca o fim de uma era. Operadora enfrenta falência após 8 anos da promessa
Em 2002, a Oi estreou no mercado com uma promessa ousada: ligações grátis por 31 anos entre seus clientes, todo fim de semana. O plano, que surgiu após a privatização da Telebrás e a criação da Oi, ajudou a popularizar a telefonia móvel no país, mas acabou durando menos do que o esperado.
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Vinte e três anos depois — e 8 antes do prazo acabar — a operadora que prometeu falar de graça até 2033 parece estar no caminho da falência, marcando o fim de uma era.
O plano, que se tornou conhecido como “Chip 31 anos”, era uma estratégia arriscada, mas que atraiu muitos clientes. Em um tempo em que as ligações não eram nada baratas e o celular ainda era um artigo de luxo, a oferta de ligações gratuitas entre clientes da Oi aos sábados e domingos foi um sucesso.
A promoção consolidou a entrada da empresa na disputa entre as operadoras de telefonia móvel, e muitos clientes, como a neurocirurgiã Diana Santana, se tornaram parte dessa história.
Diana Santana, que ganhou um celular com o “Chip 31 anos” de seus pais, conta que a promoção influenciou inclusive seus colegas na faculdade de medicina. “Todos os meus amigos próximos da faculdade optaram por ter esse chip para conversarmos no final de semana.
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E eu lembro que era demais, só de você não ter que pagar para poder falar… porque antigamente a gente pagava por minuto”, relembra. A história do “Chip 31 anos” também é lembrada pelo empresário Jadeilson Feitosa, que contratou o plano logo no início da promoção. “Foi um dos primeiros”, afirma.
A jornalista Tess Chamusca, que ainda mantém o mesmo número do seu antigo chip da Oi, recorda: “Era ótimo. Durante a semana a gente trocava SMS, e no fim de semana, quando era de graça, ligava pra todo mundo”. A história do “Chip 31 anos” se tornou um meme nas redes sociais, com posts e comentários relembrando a promessa e a frustração com o fim da promoção.
A Oi, que já havia passado por momentos de dificuldades após a privatização da Telebrás e a compra da BrT, viu seu auge com o “Chip 31 anos” e, posteriormente, entrou em recuperação judicial em 2016. Apesar de vender ativos, como a rede móvel, a operação de TV por assinatura e parte da infraestrutura de fibra óptica, a empresa não se reergueu.
Em 2025, ainda devia R$ 31 bilhões, e a Justiça converteu o processo de recuperação em falência.
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