“Assassinato de Odete Roitman, trama icônica das novelas, terá nova versão em 2025 com múltiplos desfechos chocantes.”
Eu que pensei que alguma coisa tinha mudado nesse país. Pelo visto, não tanto, Odete. As novelas frequentemente acompanham as transformações da sociedade, e algumas histórias resistem ao tempo, ganhando novas camadas de significado.
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O caso de Vale Tudo, um clássico que marcou a teledramaturgia nos anos 80, é um exemplo. Em 2025, a obra retorna com um remake que preserva o espírito da original, ao mesmo tempo em que explora os desafios contemporâneos do Brasil.
Com a direção de Manuela Dias, a trama atualiza não apenas os cenários e as figuras, mas também a complexidade dos personagens e os dilemas morais que ainda ressoam na sociedade. Em 1988, a vilã Odete Roitman, interpretada por Beatriz Segall, era amplamente odiada, com 38% do público de São Paulo desejando sua morte. Em 2025, a percepção mudou. Uma pesquisa do Datafolha revelou que 47% dos brasileiros acreditam que Odete enfrenta a pobreza, 35% querem sua prisão e apenas 4% a apoiam.
A vila, apelidada de “loba” nas redes sociais, recebeu admiração por seu lado libertário e pela maneira como conduz os interesses da família, refletindo a transformação social e a valorização de personagens femininas complexas. Diferentemente da versão original, onde a morte de Odete foi um evento marcante, o remake adiciona uma camada extra de mistério. A autora Manuela Dias criou dez possibilidades para o crime, envolvendo cinco suspeitos principais: Marco Aurélio, Celina, César, Maria de Fátima e Heleninha.
Durante a gravação, até mesmo o elenco se viu em dúvida sobre o culpado, com cenas filmadas para manter o suspense. A trama conversa com os tempos atuais, abordando temas como desigualdade, racismo, empoderamento feminino e liberdade sexual, temas que ganham destaque pela sensibilidade da narrativa contemporânea. A autora Manuela Dias analisa que a exclusão e a proteção extrema do personagem se conectam à dureza do cotidiano brasileiro para os menos favorecidos.
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É interessante como personagens coadjuvantes e situações foram adaptadas para dialogar com o público jovem e antigo. A novela registra forte popularidade nas redes sociais e no streaming Globoplay, onde 82% dos usuários que interagem com a hashtag “Vale Tudo” têm entre 18 e 34 anos, comprovando o sucesso dessa reinterpretação. Em 1988, a audiência da novela atingiu 81 pontos no Ibope no dia da morte de Odete no Rio de Janeiro, um índice expressivo para a época.
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