Odete Roitman: Morte de CEO causa impacto no mercado financeiro
CEO morre em acidente e expõe falhas: empresas de grande porte sem plano de sucessão sofrem mudanças drásticas.
Reação do Mercado à Morte da CEO da Transcontinental Airlines
A vice-presidente da Transcontinental Airlines (TCA) convocou uma reunião de emergência em sua sede no Rio de Janeiro. A conversa, iniciada com a avaliação do mercado financeiro após a morte da bilionária Odete de Almeida Roitman, assassinada a tiros na suíte do Copacabana Palace, levantou questões sobre o futuro da companhia. A trama, criada pela autora de “Vale Tudo”, Manuela Dias, apresenta um cenário pouco realista, como a reação do mercado financeiro à morte de uma bilionária.
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O mercado financeiro pode sofrer um impacto significativo em caso de morte do CEO. A empresa, claramente familiar, comandada por sua dona, tentou, sem sucesso, fazer de seu filho um sucessor. Para ter impacto na bolsa, como relatado pelo personagem de Alexandre Nero, a companhia aérea precisaria ter ações negociadas no mercado com liquidez elevada. Manuela Dias não detalhou esses aspectos.
Um exemplo recente ilustra a situação. O assassinato do CEO da UnitedHealth Group em novembro do ano passado, Brian Thompson, à tiros durante o Investor Day, causou uma queda de mais de 10% nas ações da empresa. Analistas atribuíram a queda a possíveis pressões regulatórias no setor de planos de saúde, expostas pela morte do executivo.
Na ficção, a TCA estava no centro de esquemas de lavagem de dinheiro, e a própria Odete não hesitava em “molhar a mão” de quem quer que fosse para manter sua influência. O componente familiar é um complicador adicional, pois trata de assuntos de finitude da vida, passagem e divisão do poder.
Um plano de sucessão é crucial para evitar uma ruptura na gestão. “O risco de a empresa se tornar ‘acéfala’ por um período, sem um comando e uma direção clara, é o que pode afetar e abalar a confiança de acionistas e investidores”, afirma Luiz Martha, diretor de Conhecimento e Impacto do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
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“Por isso é muito importante falar em sucessão, ainda que o executivo tenha acamado de assumir a cadeira de CEO. Ninguém está imune a esse tipo de situação”, completa Martha.
Os riscos de mudanças drásticas na gestão da companhia são maiores quando ocorre esse tipo de situação. A pessoa que assume a companhia certamente terá uma cabeça diferente da que estava no comando antes. O plano de sucessão traz, justamente, a garantia de um alinhamento mínimo aos objetivos estratégicos da companhia, para que rupturas e mudanças desse tipo sejam o menos traumáticas possível.
Quando a empresa é familiar e até mesmo gerida por alguém da família, o risco de ruptura é maior. O componente família é um complicador adicional, pois trata de assuntos de finitude da vida, passagem e divisão do poder.
“Um plano de sucessão formal, para definir o perfil técnico do sucessor, prepará-lo e, se for o caso, buscar um candidato no mercado. Isso reduz o risco de uma transição abrupta”, explica Martha.
No Brasil, esse é um tema que está no radar dos donos e gestores das empresas. “É um tema muito difícil de ser discutido por aqui, mais que em outros países até, por uma questão cultural. Nas empresas familiares tem agravantes, porque trata de assuntos muito sensíveis, de finitude da vida, passagem e divisão do poder. São assuntos muito críticos para serem discutidos e que muitas vezes acabam sendo deixados para um segundo momento”, conclui Martha.