Projeções da OCDE Elevam Expectativas de Crescimento para o Brasil
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou para cima suas projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para os anos de 2025 e 2026. Em seu relatório divulgado nesta terça-feira (2), a entidade estima uma expansão de 2,4% para 2025 e 1,7% para 2026, números que superam as previsões de junho, que apontavam para 2,1% e 1,6%, respectivamente.
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Essa melhora nas projeções é impulsionada principalmente pela forte safra agrícola, prevista para crescer 17%, e pelo aumento do consumo das famílias, sustentado pelo mercado de trabalho aquecido. O desemprego atingiu um mínimo histórico de 5,6%, e a renda real avançou acima de 3%, conforme destacado pela OCDE.
Desaceleração e Pressões Inflacionárias
Apesar do cenário positivo, a OCDE ressalta uma desaceleração na atividade econômica. O índice de atividade recuou 1,8% desde abril, e as vendas do varejo e a produção industrial apresentaram novas quedas em setembro. A confiança empresarial também demonstrou sinais de enfraquecimento.
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Inflação e Política Monetária
A inflação continua sendo um desafio, com a expectativa de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcance 5,1% em 2025, ante a previsão anterior de 5,7%, e recuo para 4,2% em 2026 (antes 5%) e 3,8% em 2027. Energia elétrica, alimentos e serviços permanecem como principais vetores de pressão inflacionária, com as expectativas para 2026 e 2027 ainda acima da meta de 3%.
Diante desse cenário, a política monetária manteve uma postura restritiva. A taxa básica de juros foi elevada para 15% em julho, de 11,25% no final de 2024, com expectativa de início do afrouxamento apenas em 2026, com trajetória gradual até cerca de 10,5% em 2027.
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Déficit Fiscal e Risco à Sustentabilidade da Dívida
A OCDE aponta um risco elevado ao cumprimento das metas fiscais, com o déficit seguindo “expressivo” e a dívida bruta em trajetória de crescimento. A projeção é de que o indicador avance para 80,1% em 2026 e 82,2% em 2027, superando as previsões anteriores.
A organização reforça a necessidade de um esforço adicional de consolidação fiscal, especialmente no controle de gastos obrigatórios, para manter a dívida em trajetória sustentável. Uma eventual frustração das metas poderia ampliar a incerteza e prejudicar o investimento.
