OCDE aponta desafios de produtividade e inclusão na América Latina. Relatório destaca informalidade e falta de investimento em políticas de desenvolvimento
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontou desafios persistentes de produtividade e inclusão na América Latina e no Caribe, conforme divulgado em relatório nesta sexta-feira, 7. A informalidade elevada, com 55,1% dos trabalhadores na região nessa modalidade, representa um obstáculo ao crescimento econômico e à proteção social.
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O documento ressalta o risco de a região permanecer em um ciclo de baixa produtividade e inclusão, caso não haja avanços em reformas estruturais. A alocação de recursos para políticas de desenvolvimento produtivo foi insuficiente, com apenas 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) da região destinado a essas iniciativas entre 2021 e 2022, significativamente abaixo da média de 3% observada nos países da OCDE.
A OCDE identifica a produtividade persistentemente baixa como o principal entrave ao desenvolvimento na região. O crescimento da produtividade do trabalho foi lento, com um aumento de apenas 0,9% ao ano entre 1991 e 2024, inferior à média de 1,2% dos países da OCDE.
O setor de serviços apresenta baixo dinamismo e alta informalidade, impactando negativamente o potencial de crescimento da região. A concentração de empregos em setores de alta tecnologia é baixa, com apenas 2,1% dos empregos em setores de média ou alta intensidade tecnológica, bem abaixo da média de 7,7% nos países da OCDE.
A OCDE destaca o potencial da América Latina e do Caribe em energias renováveis e indústrias digitais, setores capazes de gerar empregos de qualidade, reduzir emissões e fortalecer a resiliência econômica. No entanto, a coordenação de políticas públicas e a disponibilidade de financiamento representam gargalos que limitam resultados concretos.
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A organização estima um déficit médio anual de cerca de US$ 99 bilhões até 2030, relacionado à lacuna de financiamento em seis áreas prioritárias dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) vinculadas à produção. O fortalecimento dos mercados de capitais e a atração de investimento estrangeiro direto de qualidade são considerados essenciais para o crescimento sustentável.
Em 2024, o valor de mercado das bolsas latino-americanas equivalia, em média, a 37,4% do PIB, em comparação com 64,4% na OCDE. Apesar dessa diferença, o estudo aponta para o avanço de novas formas de financiamento, como títulos verdes, sociais e sustentáveis, que já somam 27,2% das emissões internacionais, um aumento significativo em relação a 9,3% em 2020, com um volume acumulado de US$ 164,4 bilhões.
O investimento estrangeiro direto também se manteve elevado, em 2,8% do PIB, impulsionado por setores como energia renovável, infraestrutura digital e indústrias de média e alta tecnologia.
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