Obesidade no fim de ano: desafios e estratégias para brasileiros com sobrepeso

Pessoas com sobrepeso enfrentam desafios únicos no fim do ano devido a gatilhos emocionais e biológicos. A obesidade afeta 57% dos adultos brasileiros.

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(Imagem de reprodução da internet).

O período de fim de ano é tradicionalmente marcado por celebrações, reuniões familiares e, para muitos, por uma explosão de alimentos. No entanto, para indivíduos que lidam com sobrepeso ou obesidade – uma condição que afeta 57% dos adultos brasileiros, segundo dados do IBGE e OMS – essa época pode ser particularmente desafiadora.

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A complexidade reside não apenas na abundância de comida, mas também na interação de gatilhos emocionais, pressões sociais e alterações biológicas que tornam dezembro um período de vulnerabilidade.

A dificuldade em controlar o consumo alimentar não se limita ao que é colocado no prato. É uma condição crônica, influenciada por fatores biológicos, metabólicos e comportamentais. No fim do ano, esses componentes convivem com elementos externos que potencializam a vulnerabilidade emocional.

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Comentários de familiares sobre peso, comparações com anos anteriores e a sensação de “última chance” antes das promessas de janeiro podem gerar oscilações entre culpa, permissividade e tentativas rígidas de controle.

A biologia também desempenha um papel crucial. O corpo tende a responder ao estresse emocional com uma maior liberação de cortisol, um hormônio que aumenta o apetite e favorece o consumo de alimentos mais calóricos, especialmente aqueles ricos em açúcar e gordura.

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Adicionalmente, a quebra de rotina, noites mal dormidas e o aumento das confraternizações contribuem para um aumento no consumo energético diário sem a devida compensação no gasto calórico. O ciclo psicológico de compensação – a ideia de “já que hoje eu exagerei, amanhã eu recomeço” – também facilita episódios repetidos de excesso ao longo do mês.

O ambiente familiar e social exerce uma influência significativa. Em muitas casas, a alimentação é vista como uma demonstração de carinho, e recusar certas comidas pode ser interpretado como falta de apreço. Celebrações prolongadas e a variedade de pratos oferecidos aumentam o número de estímulos alimentares, tornando mais difícil o exercício do autocontrole, mesmo para quem possui uma rotina organizada ao longo do ano.

Para enfrentar o fim do ano de maneira mais saudável, é fundamental compreender que o desafio não reside na força de vontade. Pessoas com obesidade frequentemente apresentam alterações metabólicas, maior sensibilidade ao estresse, impulsos alimentares intensificados e um histórico de frustrações marcadas por dietas restritivas.

Estratégias realistas são mais eficazes: manter horários aproximados das refeições, evitar excessos, escolher um ou dois momentos de exceção e aceitar pequenas oscilações de peso como parte natural da fase. O apoio profissional também é crucial para definir metas alcançáveis e construir um plano factível que se estenda além do período das festas.

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