O setor agrícola é o principal responsável pelas emissões de gases de efeito estufa no Brasil, segundo alerta da organização Greenpeace

Na data dedicada à proteção da camada de ozônio, entidade aponta destruição causada pela JBS e grandes empresas.

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Na data da Preservação da Camada de Ozônio, marcada nesta terça-feira (16), o Greenpeace Brasil reiterou os avisos sobre os impactos da indústria da carne e do agronegócio na crise climática. Em declaração à Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, a representante da organização, Ana Clis Ferreira, declarou que o setor é responsável pela maior parte das emissões de gases de efeito estufa no país.

O setor agropecuário é o principal emissor de gases de efeito estufa, como dióxido de carbono (CO2), metano e óxido nitroso, conforme apontado. O último relatório do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, indica que 74% das emissões do país provenientes desses gases são da agropecuária, 46% decorrentes do desmatamento causado pelo setor e 28% da produção.

Ferreira ressaltou que o impacto se estende além do clima, afetando a camada de ozônio e intensificando questões sociais e ambientais. “É um impacto ambiental e social significativo, devido à produção de desmatamento, queimadas e diversas irregularidades no setor agrícola. Grandes empresas, como a JBS, obtêm financiamentos substanciais e investimentos com pouca ou nenhuma supervisão sobre sua expansão no Brasil e no mundo”, afirmou.

A JBS e grandes empresas desempenham um papel significativo na produção e distribuição de alimentos em escala global, influenciando cadeias de valor e mercados internacionais.

A JBS foi acusada de contribuir para a destruição do clima pelo Greenpeace, em seu dossiário “Cozinhando o Planeta”, divulgado em abril deste ano. A organização promoveu uma manifestação em frente à sede da empresa, em São Paulo, no momento que ela se preparava para abrir capital na Bolsa de Valores de Nova York. “Percebíamos que uma empresa de tal magnitude destrutiva e que frequentemente desrespeita seus compromissos não deveria ter acesso a recursos financeiros que incentivassem essa continuidade da destruição”, afirmou a organização.

Apesar da expansão da empresa no mercado internacional, a porta-voz ressalta que o Greenpeace mantém a pressão por transformações. “O agronegócio se declara muito autônomo, muito dinâmico, porém ele depende fortemente de recursos públicos. É necessário interromper esses investimentos públicos e privados em larga escala no setor e também exigir que ele alcance suas metas, pois se trata de um setor que permanecerá relevante na economia brasileira por um período considerável”, declara.

LEIA TAMBÉM!

A cobrança por parte das autoridades e a apresentação de petições.

Ferreira ressaltou a relevância do envolvimento da sociedade civil, afirmando: “Atualmente, há diversas maneiras da sociedade civil contribuir, pressionando seus governantes a atuarem contra o agronegócio predatório, a estarem ativamente na floresta, protegendo-a de queimadas e desmatamentos. Além disso, existe a petição, que representa uma forma de participação na formação cidadã”.

O Greenpeace Brasil lança a campanha Respeitem a Amazônia, que aborda temas contra a expansão do agronegócio e do garimpo ilegal na floresta. As manifestações para solicitar que autoridades mundiais considerem a floresta podem ser realizadas no site respeitemamazonia.org.br.

Para audir e visualizar.

O jornal Conexão BdF transmite em duas edições, de segunda a sexta-feira: a primeira às 9h e a segunda às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.

Fonte por: Brasil de Fato

Sair da versão mobile