O setor agrícola é o principal responsável pelas emissões de gases de efeito estufa no Brasil, segundo alerta da organização Greenpeace

Na data dedicada à proteção da camada de ozônio, entidade aponta destruição causada pela JBS e grandes empresas.

16/09/2025 11:15

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O setor agrícola é o principal responsável pelas emissões de gases de efeito estufa no Brasil, segundo alerta da organização Greenpeace
(Imagem de reprodução da internet).

Na data da Preservação da Camada de Ozônio, marcada nesta terça-feira (16), o Greenpeace Brasil reiterou os avisos sobre os impactos da indústria da carne e do agronegócio na crise climática. Em declaração à Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, a representante da organização, Ana Clis Ferreira, declarou que o setor é responsável pela maior parte das emissões de gases de efeito estufa no país.

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O setor agropecuário é o principal emissor de gases de efeito estufa, como dióxido de carbono (CO2), metano e óxido nitroso, conforme apontado. O último relatório do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, indica que 74% das emissões do país provenientes desses gases são da agropecuária, 46% decorrentes do desmatamento causado pelo setor e 28% da produção.

Ferreira ressaltou que o impacto se estende além do clima, afetando a camada de ozônio e intensificando questões sociais e ambientais. “É um impacto ambiental e social significativo, devido à produção de desmatamento, queimadas e diversas irregularidades no setor agrícola. Grandes empresas, como a JBS, obtêm financiamentos substanciais e investimentos com pouca ou nenhuma supervisão sobre sua expansão no Brasil e no mundo”, afirmou.

A JBS e grandes empresas desempenham um papel significativo na produção e distribuição de alimentos em escala global, influenciando cadeias de valor e mercados internacionais.

A JBS foi acusada de contribuir para a destruição do clima pelo Greenpeace, em seu dossiário “Cozinhando o Planeta”, divulgado em abril deste ano. A organização promoveu uma manifestação em frente à sede da empresa, em São Paulo, no momento que ela se preparava para abrir capital na Bolsa de Valores de Nova York. “Percebíamos que uma empresa de tal magnitude destrutiva e que frequentemente desrespeita seus compromissos não deveria ter acesso a recursos financeiros que incentivassem essa continuidade da destruição”, afirmou a organização.

Apesar da expansão da empresa no mercado internacional, a porta-voz ressalta que o Greenpeace mantém a pressão por transformações. “O agronegócio se declara muito autônomo, muito dinâmico, porém ele depende fortemente de recursos públicos. É necessário interromper esses investimentos públicos e privados em larga escala no setor e também exigir que ele alcance suas metas, pois se trata de um setor que permanecerá relevante na economia brasileira por um período considerável”, declara.

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A cobrança por parte das autoridades e a apresentação de petições.

Ferreira ressaltou a relevância do envolvimento da sociedade civil, afirmando: “Atualmente, há diversas maneiras da sociedade civil contribuir, pressionando seus governantes a atuarem contra o agronegócio predatório, a estarem ativamente na floresta, protegendo-a de queimadas e desmatamentos. Além disso, existe a petição, que representa uma forma de participação na formação cidadã”.

O Greenpeace Brasil lança a campanha Respeitem a Amazônia, que aborda temas contra a expansão do agronegócio e do garimpo ilegal na floresta. As manifestações para solicitar que autoridades mundiais considerem a floresta podem ser realizadas no site respeitemamazonia.org.br .

Para audir e visualizar.

O jornal Conexão BdF transmite em duas edições, de segunda a sexta-feira: a primeira às 9h e a segunda às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.

Fonte por: Brasil de Fato

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