O nome de Mozart Sales foi considerado para a posição de vice de João Campos, em Recife

O visto de entrada dos Estados Unidos foi cancelado para Mozart Sales, funcionário do Ministério da Saúde, devido ao seu envolvimento no programa Mais M…

14/08/2025 6:56

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O nome de Mozart Sales foi considerado para a posição de vice de João Campos, em Recife
(Imagem de reprodução da internet).

Na quarta-feira (13), o governo dos Estados Unidos cancelou os vistos de dois brasileiros vinculados ao governo Lula: Alberto Kleiman e Mozart Sales. O secretário de Estado, Marc Rubio, afirmou que ambos são “cúmplices” por terem coordenado o programa Mais Médicos a partir de 2013, durante o governo Dilma Rousseff. O programa, desenvolvido em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), contratou profissionais de nacionalidade cubana, o que Rubio descreve como “exploração de trabalho forçado” dos cubanos.

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O médico Mozart Júlio Tabosa Sales, com 56 anos, teve seu nome apontado para a vice-prefeitura do Recife nas eleições de 2024. Associado ao Partido dos Trabalhadores e ligado à senadora Teresa Leitão (PT), recebeu a indicação do partido para integrar a chapa do prefeito João Campos (PSB). Contudo, o gestor preferiu seu amigo e chefe de gabinete, Victor Marques (PCdoB), que atualmente exerce o cargo de vice-prefeito na capital pernambucana. Mozart já exerceu a função de vereador no Recife por um período (2005 a 2008) e possui o apoio do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Sales é o atual Secretário de Atenção Especializada em Saúde, cargo de gestão de 2º escalão no Governo Federal, respondendo diretamente ao ministro Padilha, de quem foi chefe de gabinete por anos durante o governo da presidenta Dilma Rousseff. Ainda no governo dela, Sales presidiu a Empresa Brasileira de Hemoderivados (Hemobras). Em 2023 e 2024, assessorou Padilha na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República.

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Mozart Sales é servidor estadual concursado do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), centro de saúde vinculado à Universidade de Pernambuco (UPE). Nascido em Fortaleza (CE), mudou-se para o Recife (PE) aos 20 anos de idade, para cursar medicina na UPE, onde se formou em 1995. Especializou-se em medicina legal e obteve mestrado em perícias forenses, ambos na UPE. Seu doutorado em saúde integral foi realizado no Instituto de Medicina Integral de Pernambuco (Imip).

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Durante a campanha eleitoral de 2024, Mozart participou de comícios e produziu vídeos em apoio às campanhas de João Campos (PSB) no Recife, Vinicius Castello (PT) em Olinda, Márcia Conrado (PT) em Serra Talhada, Marcos Xukuru (Republicanos) em Pesqueira, Rita Rodrigues (PSB) em Sertânia, Branco de Geraldo (PT) em Jurema e Berg Gomes (PSB) em Caruaru.

Alberto Kleiman atuou como assessor para assuntos internacionais da Secretaria de Saúde de Dilma, sendo o principal elo entre o governo e a Opas. O governo dos Estados Unidos acredita que a contratação de cubanos pela Opas visou desviar das sanções americanas a Cuba e “beneficiou o regime cubano”.

Os médicos da ilha caribenha trabalharam no Brasil até o final de 2018, quando o governo socialista interrompeu a colaboração devido à percepção de que seus cidadãos corriam risco sob o governo Bolsonaro.

Designado pelo Ministério da Casa Civil, Kleiman assumiu a coordenação das relações institucionais da Secretaria Extraordinária para a COP-30, colaborando para a preparação da Conferência das Nações Unidas sobre o clima, que será realizada em Belém (PA) no próximo mês de novembro.

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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu o Mais Médicos e seus colegas que perderam o visto. “Assim como o PIX, o Mais Médicos sobreviverá aos ataques injustificáveis. O programa salva vidas e é aprovado por quem mais importa: a população brasileira”. Temos muito orgulho de todo esse legado que leva atendimento médico para milhões de brasileiros que antes não tinham acesso à saúde. “Saúde e soberania não se negociam”, escreveu Padilha em suas redes sociais.

Mais médicos

Entre 2013 e 2018, o programa alcançou cerca de 20 mil profissionais brasileiros e estrangeiros, atuando nas unidades de saúde da família, com foco prioritário nos bairros e municípios onde não havia profissionais de medicina, além de aldeias indígenas, comunidades quilombolas e áreas rurais de todo o país.

Mais de 63 milhões de brasileiros receberam atendimento, distribuídos pelos 4 mil municípios que receberam profissionais. O Mais Médicos, relançado em 2023 com a volta de Lula, atualmente conta com 24,5 mil profissionais em mais de 4 mil municípios brasileiros.

Fonte por: Brasil de Fato

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