O Irã declarou na quinta-feira (11) que seu material nuclear altamente enriquecido está localizado sob os destroços das instalações atômicas bombardeadas por Israel e Estados Unidos durante a guerra de 12 dias. “Todo o nosso material nuclear está sob os destroços causados pelos ataques às instalações bombardeadas”, afirmou o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, em uma entrevista à televisão estatal. “A Organização de Energia Atômica do Irã está avaliando se esses materiais são acessíveis ou não, e seu estado”, acrescentou.
O destino do material nuclear iraniano, particularmente dos 440 quilos de urânio enriquecido a 60%, é uma das incertezas e motivo de tensões com o Ocidente após a guerra de 12 dias, diante das suspeitas de que foi transferido antes dos bombardeios de Israel e Estados Unidos contra as instalações nucleares iranianas.
O Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) chegaram a um acordo na terça-feira para retomar as inspeções das instalações do país, interrompidas pelo Parlamento iraniano após a guerra. Essas inspeções incluiriam as instalações nucleares atacadas, conforme informado pelo diretor da AIEA, Rafael Grossi, na quarta-feira. Contudo, Araqchi esclareceu no mesmo dia que o acordo com a AIEA não concede, por ora, acesso a esse organismo às suas instalações atômicas.
O local-onde-se-encontra o material nuclear iraniano é uma das questões que inquietam Reino Unido, França e Alemanha, que, em 28 de agosto, acionaram o mecanismo de retomada de sanções da ONU, com prazo de 30 dias contra Teerã, devido à avaliação de que o Irã descumpriu de forma “clara e deliberada” o acordo nuclear de 2015.
A União Europeia propôs que Teerã estendesse o prazo do processo, que expira em 18 de outubro, caso o país retomasse a colaboração com a agência nuclear da ONU, comunicasse a localização de 400 quilos de urânio enriquecido a 60% e retornasse às negociações com os Estados Unidos. Por outro lado, o Irã afirma que o Reino Unido, a Alemanha e a França não possuem legitimidade para iniciar o processo de restabelecimento de sanções da ONU, considerando que não cumpriram suas obrigações do acordo nuclear de 2015.
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Com informações da EFE publicada por Fernando Dias.
Fonte por: Jovem Pan