A Suprema Corte de Israel julgou, em decisão incomum, que o governo israelense está intencionalmente negando a milhares de prisioneiros palestinos uma quantidade mínima de alimento para a subsistência diária, diante da crise humanitária em Gaza. O painel de três juízes, que até então se absteve de tomar qualquer ação contra o governo ou os militares durante quase dois anos de conflito contra o povo palestino, analisou o caso com base em um pedido de duas organizações de direitos humanos israelenses. No domingo (7), eles decidiram unânimemente que o governo israelense tem o dever legal de fornecer aos prisioneiros palestinos três refeições por dia para assegurar “um nível básico de existência” e determinaram que as autoridades devem cumprir essa obrigação.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Em outra decisão, por dois votos a um, o tribunal também aceitou a petição apresentada no ano passado pela Associação pelos Direitos Civis em Israel (ACRI) e pela organização israelense Gisha, corroborando suas alegações de que a restrição deliberada da alimentação de prisioneiros em centros de detenção do país causou desnutrição e fome entre os palestinos.
Os palestinos em Gaza enfrentem a fome causada por Israel, resultando em mortes diárias devido à desnutrição.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A decisão ressaltou que “não se trata de uma vida confortável ou luxuosa, mas das condições básicas de sobrevivência exigidas por lei”. “Não compartilhamos os costumes de nossos piores inimigos”.
O exército israelense deslocou milhares de palestinos de Gaza e da Cisjordânia ocupada desde outubro de 2023, elevando significativamente a detenção arbitrária de indivíduos sob acusações de “terrorismo”.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
LEIA TAMBÉM!
Cadastro Nacional de Saúde será integrado aos dados do Cadastro de Pessoa Física
Parlamentares brasileiros se encontram com líderes do Sahel em SP: “Combate compartilhado”
Ex-delegado do Departamento de Polícia de SP avalia que é necessário ter capacidade de inteligência policial para o envio de policiais militares à Baixada Santista após ocorrência de homicídios
Espanha
A Espanha comunicou, na segunda-feira (8), ações para impedir o genocídio palestino em Gaza. Dentre elas, restrição de armamentos a Israel, a proibição de acesso ao espaço aéreo espanhol a aeronaves “que transportam material de defesa destinado a Israel” e a interdição de desembarques em portos espanhóis de embarcações que abastecem o Exército israelense.
O governo espanhol é uma das vozes europeias mais críticas em relação às ações israelenses em Gaza e frequentemente troca acusações com Israel, que não possui embaixador em Madri desde que o governo Sánchez reconheceu o Estado da Palestina em maio de 2024.
As ações são mais um passo para impedir o genocídio em Gaza, responsabilizar seus perpetradores e amparar a população palestina, declarou o líder socialista no Palácio da Moncloa, em Madri. Dentre as medidas, que serão implementadas “imediatamente”, Sánchez ressaltou uma lei que “consolida legalmente o embargo de armas a Israel, que já aplicamos efetivamente desde outubro de 2023”.
Também incluem a proibição de entrada no território de pessoas “que participem diretamente do genocídio”, a proibição da entrada de produtos “provenientes dos assentamentos ilegais em Gaza e na Cisjordânia” e a limitação dos serviços de consultoria em espanhol às pessoas que residem nesses assentamentos.
Por fim, a Espanha incrementará sua assistência aos palestinos e à agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), afirmou Sánchez.
Sabemos que todas essas ações não serão suficientes para evitar a invasão ou os crimes de guerra, mas esperamos que contribuam para aumentar a pressão sobre o governo de Benjamin Netanyahu e aliviar parte do sofrimento que a população palestina enfrenta, declarou o líder de esquerda.
Jerusalém
Quatro judeus ortodoxos entre as seis mortes e oito feridos ocorreram em um ataque a tiros em Jerusalém Oriental, de maioria palestina, um dos mais graves da cidade desde o início da guerra em outubro de 2023.
O governo Netanyahu analisa como responder, e o Hamas considera o ataque como uma reação legítima ao genocídio em Gaza.
Fonte por: Brasil de Fato
