O governo federal implementou o programa Gás do Povo, visando garantir a distribuição gratuita de botijões de gás de cozinha (GLP) para famílias em situação de vulnerabilidade. Na Paraíba, a iniciativa terá um impacto significativo: mais de 430 mil famílias ganharão acesso ao benefício, conforme informações do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social.
O programa substitui o antigo Vale Gás, que envolvia a transferência de valores em dinheiro, e agora assegura a retirada direta do botijão em revendas autorizadas. A medida visa aumentar a transparência e prevenir desvios, além de diminuir a vulnerabilidade energética.
Quem tem direito
Na Paraíba, podem acessar o benefício famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) com renda de até meio salário-mínimo por pessoa (R$ 759). Os beneficiários do Bolsa Família terão prioridade. A quantidade de botijões anuais varia conforme o número de moradores na residência.
Como será procedida a retirada
Os titulares podem recolher os botijões diretamente nas lojas credenciadas, sem a necessidade de pagamento. A validação da entrega será realizada eletronicamente por meio do aplicativo Vale Digital, cartão específico do programa, QR Code vinculado ao cartão do Bolsa Família ou pelo próprio cartão do Bolsa Família.
Investimento e desenvolvimento na Paraíba.
A Paraíba receberá investimento anual de aproximadamente R$ 200 milhões para financiar o programa. Serão distribuídos cerca de 1,8 milhão de botijões por ano no estado, com expectativa de beneficiar diretamente mais de 1,3 milhão de pessoas, assegurando condições mínimas de preparo de alimentos e maior segurança alimentar.
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Contextualização histórica
O valor do gás liquefeito de petróleo no Brasil segue a cotação global do petróleo, impactando significativamente famílias de baixa renda. Sem o cilindro, muitas pessoas utilizam lenha, carvão ou álcool, o que coloca mulheres, crianças e adolescentes em situação de risco para a saúde e acidentes.
Na Paraíba, a falta de acesso ao gás provocou tragédias. Em 2024, a jovem Jamile de Sousa, de 18 anos e grávida de sete meses, faleceu em Campina Grande após sofrer queimaduras ao cozinhar com álcool.
Para a Secretária das Mulheres e da Diversidade Humana da Paraíba, Lídia Moura, a medida tem impacto direto na vida das mulheres: “Assegura que essas famílias tenham sustentabilidade e, em última análise, contribui para a segurança alimentar. Afinal, se você não tem o gás de cozinha, mesmo que consiga os alimentos, como vai prepará-los? Essa medida resolve uma questão de segurança essencial. O gás de cozinha é dignidade e segurança. Sem ele, muitas famílias improvisam alternativas perigosas. Garantir esse acesso significa proteger as mulheres, os jovens e os idosos que ficam responsáveis pelo cuidado diário.”
Moura enfatiza que adolescentes se encontram sozinhos em casa e que, caso precisassem manusear outras fontes de energia, como carvão ou madeira, o risco de ocorrências graves seria significativamente elevado. Ela também ressalta que o risco se aplica às mulheres, considerando que existem relatos de incidentes em que, ao tentar utilizar combustíveis alternativos, elas sofreram acidentes graves.
Ela conclui afirmando que o cuidado não remunerado é exercido, em grande parte, pelas mulheres: “Elas cuidam das crianças, dos idosos, das pessoas com deficiência e dos doentes. Sem a garantia mínima do funcionamento do lar e de insumos básicos, como o gás de cozinha, todo esse trabalho se torna ainda mais difícil. Portanto, observo com muita satisfação cada ação governamental, em qualquer escala, que beneficie e proteja essas mulheres”.
Como obter o benefício
Famílias já inscritas no Cadastro Único ou no Bolsa Família não precisam se recadastrar: a seleção é automática. Quem ainda não está registrado deve procurar o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) mais próximo. A previsão é que a distribuição de botijões comece em novembro de 2025 em João Pessoa e gradualmente seja ampliada para os demais municípios da Paraíba.
A transição do Vale Gás para o Gás do Povo deverá ser finalizada até 2026. Revendedores interessados devem se credenciar na Caixa Econômica Federal e utilizar identidade visual padronizada para que os beneficiários possam identificar os locais de retirada com facilidade.
Fonte por: Brasil de Fato