O filme retorna a Recife de 1970, através de uma narrativa marcada pelas tensões da ditadura militar brasileira.
O filme “O Agente Secreto” (2025), dirigido pelo cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho, alcançou um marco significativo ao ser selecionado como o filme brasileiro para a categoria Melhor Filme Internacional de Ficção na edição de 2026 da Academia de Cinema. O anúncio oficial foi feito na segunda-feira (15) pelo comitê de seleção da Academia Brasileira de Cinema, impulsionando ainda mais a expectativa em torno da produção.
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O filme agora passa por uma avaliação rigorosa pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas em Hollywood, com uma lista curta de indicados a ser divulgada em 16 de dezembro. A campanha de divulgação, que teve seu início no Festival de Cannes em maio, ganhou força com a repercussão positiva e a confiança depositada pela comissão de seleção.
A trama acompanha Marcelo, um pesquisador de tecnologia que retorna a Recife em 1977, buscando refúgio em meio à atmosfera tensa e repressiva do regime militar brasileiro. O filme, que explora as nuances e dificuldades da década de 1970, recria a atmosfera de Recife naquele período, com foco na memória e nos afetos que resistiram à repressão.
Outros concorrentes à seleção nacional incluíram “Manas” de Mariana Brennand; “Último Azul” de Gabriel Mascaro; “Baby” de Marcelo Caetano; “Kasa Branca” de Luciano Vidigal; e “Oeste Outra Vez” de Erico Rassi.
Wagner Moura, que ganhou o prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes por sua interpretação de Marcelo, revelou ao BdF que o personagem é complexo e com múltiplas camadas. “Não é um filme de ditadura”, esclareceu Mendonça, em entrevista ao BdF, reforçando que o objetivo não era focar em assaltos de guerrilha por motivos políticos, mas sim criar uma atmosfera histórica, priorizando a memória e os afetos da época.
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A produção gerou grande impacto no Festival de Cannes, conquistando o prêmio de Melhor Diretor (Kleber Mendonça Filho), Melhor Ator (Wagner Moura), o prêmio FIPRESCI da Federação Internacional de Críticos de Cinema e o reconhecimento “Art et Essai” da associação francesa de cinema de arte AFCAE.
A atriz Maria Fernanda Cândido, que interpreta um personagem que conecta a trama ao contexto mais amplo da ditadura, ressaltou: “O filme conta a nossa própria história, juntando as peças do que foi quebrado. Ele levanta uma questão essencial: o que o Brasil faz com o seu passado, com a sua memória, com os seus registros?”
O ator Thomas Aquino, que atua ao lado de Cândido, concordou: “É um filme sobre a dimensão psicológica da ditadura, expondo atrocidades e perseguições. Você entra na história e sente o que é ser caçado. Há angústia, ação e drama.”
O filme teve uma exibição dupla no Recife em 10 de setembro, com sessões simultâneas nos cinemas São Luiz e Teatro do Parque. Atualmente, está em circuito de pré-estreia, tendo aberto o Festival de Brasília em 12 de setembro e também será exibido no Olhar do Norte em Manaus (16 de setembro); Maranhão na Tela (18 de setembro); CineBH em Belo Horizonte (23 de setembro); Cine Ceará em Fortaleza (24 de setembro); e no Rio Film Festival (data a ser confirmada).
Essas exibições fazem parte de uma série de mostras especiais que antecedem a estreia comercial do filme, prevista para 6 de novembro, distribuída pela Vitrine Filmes. O filme busca consolidar sua trajetória no cenário cinematográfico internacional, impulsionado pelo reconhecimento e pela relevância de sua temática.
Fonte por: Brasil de Fato
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