“O Agente Secreto” chega ao Brasil em Recife, nesta quarta-feira (10): “Pessoas vibrando como final de Copa”, afirma diretor de fotografia

O diretor de fotografia da segunda unidade, Marcelo Lordello, revela suas expectativas para a estreia na cidade onde a produção foi filmada.

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(Imagem de reprodução da internet).

O Agente Secreto, vencedor em Cannes, estréia no Brasil em Recife (PE), cidade onde o diretor rodou o longa. A produção de Kleber Mendonça Filho contará com duas exibições na quarta-feira (10), uma delas no tradicional Cinema São Luiz, localizado no centro histórico de Recife.

A exibição em todo o país deve ocorrer em novembro, sendo que o filme fará sua estreia no Festival de Brasília anteriormente.

“Este filme é muito absurdo porque foi feito com amigos e chega muito longe. Demonstra para nós que estamos no caminho certo e também que dá para fazer cinema de qualidade, nordestino, aqui, sem concessões”, afirma Marcelo Lordello, diretor de fotografia da segunda unidade.

No Festival de Cannes, o filme recebeu os prêmios de Melhor Atuação, para Wagner Moura, e Melhor Diretor, além de duas menções honrosas.

O Agente Secreto, juntamente com os filmes Ainda Estou Aqui e O Último Azul, alcançou importantes prêmios internacionais de prestígio em 2025, conquistando a Globo de Ouro, o Oscar, o Festival de Berlim e Cannes.

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De três filmes que se destacam no cenário internacional [Ainda Estou Aqui, O Agente Secreto e O Último Azul], dois são nordestinos, pernambucanos, além de muitos outros que estão surgindo no cenário nacional, que não recebe tanta atenção. São filmes fora de um determinado eixo, onde a monetização da cultura predomina e isso nos oferece uma liberdade no aspecto criativo, afirma Lordello, lembrando que O Último Azul é dirigido pelo também pernambucano Gabriel Mascaro.

Patrono

Lordello nasceu em Brasília, porém sua família é do Pernambuco e ele reside na capital do estado. Ele também concluiu a graduação em cinema no Recife.

O filme Paterno está em exibição nos cinemas de todo o país, com destaque para Marco Ricca, Rejane Faria e Thomas Aquino, que também atuou em O Agente Secreto.

O filme apresenta semelhanças com Aquarius, de Kléber Mendonça Filho, ao abordar a denúncia da especulação imobiliária, porém, narra essa história sob outra perspectiva.

Aquarius já abordava um pouco desse cenário, das grandes cidades envolvidas nesse jogo do capital. No entanto, Paterno se concentra no antagonista; nosso protagonista é um anti-herói. “Era um interesse que eu tinha há muito tempo, não queria que ele fosse um herói”, conta Lordello.

O filme narra a trajetória de Sérgio Marco Ricca, que enfrenta um conflito com o irmão para assumir o controle da imobiliária estabelecida pelo pai, que se encontra hospitalizado.

É um filme de reflexões sobre o país, sobre o machismo, sobre a dureza que domina esses homens nessa busca por poder.

Brasília Teimosa, comunidade sob pressão de bairros elitizados do Recife, é apresentada no filme como o local onde a construtora busca desenvolver um grande projeto.

Lordello explica que essa intenção de fato existe e, na realidade, está presente em grande parte da história do bairro.

Brasília Teimosa nunca deixou de ser considerada por eles. É um bairro que surgiu a partir de uma resistência. O nome se deve a uma ocupação da década de 1960, quando Brasília estava sendo construída e as pessoas tentavam retirar a população de lá, e elas resistiam, por isso o apelido de teimosa.

Ele descreve um bairro com sua própria cultura, orgulho, belezas, incluindo o Buraco da Vazia, um local seguro para banho que é bastante frequentado, sobretudo às segundas-feiras, quando a maioria das pessoas tem folga.

Fonte por: Brasil de Fato

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